A culpa é minha!

Lembro-me sim, como se fosse ontem. Estava na fila para a minha primeira votação. Ainda não era obrigatório, mas queria fazer o meu papel de cidadão e votar. Só o prazer de estar lá, mostrava que possuía responsabilidade. Mostrei meu título, decorei os números e fui para trás da urna. Estava eu e ela, um de cara para o outro e apenas alguns números para a minha responsabilidade se tornar a responsabilidade do Brasil. Se ele não caminha, a culpa é minha. Que vida, que responsa! Por um momento quis fugir, mas já sou grande, posso resolver sozinho. E lá fui. Votei e confirmei. Saí feliz da vida e contei a todos que aquele dia ficaria marcado na história da minha vida. Eu votei.

Olhando agora para o hoje, percebo que meu voto fez alguma diferença. Na época das eleições batiam em minha casa dizendo que iam fazer isso, iam fazer aquilo, construir um monte de coisas. Não sei porque falarem isso, pois é mais do que a obrigação deles, em outros termos, é por isso que eles estão lá, é o minimo que devem fazer. Mas creio que eles preferem outras prioridades pessoais.

Sim, tudo por causa de um voto. Graças a ele, pude descobrir o tipo de pessoa que coloquei para trabalhar ao meu favor. E soube que ele não faz bem o seu serviço e que querem fazer um tal de "impeachment", que se não me engano é um tipo de afastamento. Enfrentei filas, tive que aturar propagandas eleitorais e um monte de puxa sacos para agora quererem fazer isso?

Sinto-me culpado por isso, pois deixei o Rio Grande na mão. Também é culpa minha e deveria estar lá. Agora pense um pouco, com os meus 16 anos já imaginava que isso poderia acontecer, o que esperavam? Cadê a novidade?

Eduardo Costta
Enviado por Eduardo Costta em 14/05/2009
Reeditado em 14/05/2009
Código do texto: T1593833
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