PASSANDO O CHAPÉU?

O chapéu é um item do
vestuário, com muitos modelos e variantes,
com diversas funções e apesar de não ser chifre, serve para enfeitar a

cabeça
indicando, em certos casos, hierarquia, função, condição social
ou até mesmo o local de origem.
O chapéu dá personalidade e significado a quem o usa.
Sempre gostei de chapéus.
Acho chique!
É atávico!
Meu avô usava chapéu.
Meus tios usavam chapéus.
Tenho cunhados que vivem dando chapéu na praça...
Ainda não aprendi direito as normas de uso do chapéu.
Retirar o chapéu ao entrar em alguns lugares denota respeito.
Não sei onde devo tirá-lo e também por não ter onde por se o tirar, fico
com ele o tempo todo.
Não há mais chapeleiras nos teatros, nem porta-chapéus nas casas,
comércio e em repartições públicas como era hábito até metade do
século XX.
A etiqueta não permitia o uso do adereço em lugares cobertos.
Antes de mais nada, o chapéu protege a pele contra o sol, reduzindo a
possibilidade do câncer.
Os povos primitivos faziam isso para proteger a cabeça das intempéries
climáticas, de galhos de árvores, sujeira de passarinho.
Em alguns povos era uma prerrogativa masculina usar por ser o chefe
do clã ou tribo.
Quando perguntavam quem era o responsável pela casa, corriam apontar
para o cidadão com chapéu de chifrinho.
Continua quase assim.
Depois o uso se estendeu para caracterizar níveis sociais, com os reis
usando coroas, os sacerdotes a mitra e os guerreiros o elmo.
A cabeça coberta mostrava nobreza, e chapéus diferentes significavam
ordens diferentes dentro de uma hierarquia social. 
Em alguns casos representa autoridade, poder, sabedoria.
O chapéu do Papa!
O capelo de formatura!
Chapéus pontiagudos, por exemplo, representam feiticeiros.
Vocês sabem que na França, no reinado de Luiz XIV (Luis Catorze e
não Chizve como apareceu num desses provões) houve um modelo de
chapéu chamado Tricórnio?
Esses franceses! Sempre à frente na moda.
Se a moda volta, teremos chapéus Multicórnios.
Sabem também que o Chapéu Coco não surgiu na Bahia e sim na Inglaterra?
Convenhamos, aos carecas é mais fácil trocar o chapéu que a peruca.
Ninguém tira a peruca para cumprimentar.
Simbolicamente, ao cobrir a cabeça ele contém os pensamentos.
E pensando bem, já que está no local de pensamentos, porque tirá-lo?
Tem mil e uma utilidades!
Você muda o chapéu de acordo com a ocasião de seu uso, ou então
para marcar sua presença.
Usar chapéu hoje em dia em terras brazilis necessita certa dose de coragem.
É preciso se libertar de certos complexos que inibem seu uso.
Principalmente, depois da invasão das bombetas com publicidade e
propagandas e dos chapéus de cantores de música breganeja.
Nosso burgomestre de plantão, por exemplo, que por falta de uma,
tem diversas personalidades, diz e usa qualquer coisa que lhe coloquem
na cabeça.
Representa bem o espírito de nosso governo que vive dando chapéu
nos aposentados que têm que passar o chapéu ou tirar coelho da cartola
para comer, com o não pagamento dos precatórios e o achatamento das
aposentadorias.
Comportamento de bonezinho!
Um governo que nos faz tirar o chapéu!
Não de orgulho, mas para sentarmos à porta da Igreja e esmolar.
Às vezes, percebo como o chapéu incomoda.
Passava pela porta de um fórum e fui barrado pelo segurança que disse
que o chapéu não era permitido no local por atentar aos bons usos e
costumes.
Questionei, formalmente, a Ouvidoria do Tribunal de Justiça, mas, como
o Judiciário é costumeiramente lento, ainda não obtive uma resposta para
o motivo.
Deve ser porque o presidente usou um panamá no carnaval e confundiram
o meu charme com a atitude momesca do burgomestre.
Aliás, fiquei indignado quando, na quinta feira pós-carnaval, disseram-me
que eu estava com um chapeuzinho de carnaval.
Devo ter ficado da cor da menininha que o Lobo Mau quase comeu.
Outra feita, voltando do ortopedista, entrei de chapéu e óculos escuros no
metrô, carregando a bengala que usara para me apoiar durante a
convalescença de um ferimento no pé, levantaram para eu sentar...
Confundiram-me com um cego!
Num restaurante me perguntaram se eu era cantor.
Respondi que sim e saí, deixando a moça curiosíssima em saber que
cantor era eu.
Falando em sair, vou indo...
À francesa!

Como se fosse possivel, de chapéu, sair sem ser percebido...

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Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 05/05/2009
Reeditado em 05/05/2009
Código do texto: T1577222
Classificação de conteúdo: seguro
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