NA BARRACA DO COCO VERDE

Conforme o título acima, neste local nunca falta esse delicioso produto natural e nutritivo. Apreciado por vários tipos de pessoas, principalmente aquelas com problemas estomacais e aquela turma que gosta de uma farra de final de semana, quando a bebida correu solta. Então, no dia seguinte, consequentemente, a ressaca virá com certeza. Com o estômago fervendo, o primeiro lugar que uma turma assim procura é a barraca do coco verde, a qual fica situada numa rua bastante movimentada do bairro onde moro.

Neste local, diariamente são comentados os mais estranhos casos, debates, envolvendo todos os assuntos: política, futebol, religião, mulher, novela etc. Quando o assunto se resvala para o lado familiar, particular, sentimental tudo pode acontecer. Desde uma simples confidência ao desabafo inconformado, por exemplo, de alguém que viveu ou está vivendo um drama de traição sentimental. E o vendedor de coco verde, com perdão do trocadilho, fica com a cuca quente de tanto ouvir várias histórias hilariantes ou não, diariamente. Por outro lado, ele também procura dar sua opinião, tentando orientar ou apaziguar certos casos.

Um desabafo que chamou muito a sua atenção foi o de um senhor que se declarou vítima não de uma, nem duas traições, mas três. Todas elas cometidas por mulheres da mesma família. Isto é, três irmãs, como se tivessem feito um pacto sinistro, traíram, respectivamente aquele senhor. As duas primeiras ele não tentou reconciliação, embora as perdoasse. Já quanto à terceira, a força do amor prevaleceu. Além de perdoá-la, resolveu reatar e manter o casamento, que por sinal, perdura por muitos anos. E pelo visto, agora aquele casamento ratificará aquela tradicional e famosa frase com conotação de vaticínio: "Até que a morte os separe!" Pois, segundo aquele senhor sentenciou: “Traição agora não faz sentido para nenhum de nós dois.”

Segundo aquele senhor o que ele passou no campo sentimental naqueles fatídicos tempos de juventude, só Deus sabe! Conforme ele mesmo falou, parece que nasceu para ser traído. E mesmo assim, jamais teve vontade de partir para alguma vingança, o que nada amenizaria a sua mágoa, isto é, a mácula que foi cravada no seu âmago com relação a outra pessoa em que tinha depositado toda a confiança e entregue todo o seu mais puro sentimento. E no entanto, o que restou? Ser preterido. Quantas vezes - continuou aquele mesmo senhor - ele chegou até dar dinheiro para uma daquelas ex-esposas infiéis, com um objetivo e, no entanto, elas usavam para outro bem diferente...Justamente até se encontrar com o amante! Mas, conforme ele mesmo disse: "neste tipo de atitude, isto é, infideliade, adultério, tanto faz partindo da mulher ou do homem, ninguém se conforma. Pode até amenizar o ocorrido, ensaiando um tipo de perdão, mas esquecer? Jamais."

João Bosco de Andrade Araújo

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JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 23/04/2009
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