A MULHER E O MELÃO

Fatos inusitados, envolvendo pessoas, animais etc. sempre acontecem em todo lugar. Não é privilégio só das periferias das grandes cidades. Mas esse que passo a descrever, realmente aconteceu aqui na zona leste de São Paulo. Por essa cena ninguém esperava!

Numa segunda-feira fria, mas bem ensolarada, apareceu de repente na quitanda do sr. Miguel, uma mulher aparentando vinte e poucos anos, morena e dotada de um corpo que despertava certa atenção. Pediu, por favor, um MELÃO. Inclusive nem perguntou o preço. Imediatamente, ali mesmo em pé na calçada, em frente do estabelecimento, foi devorando, paulatinamente a deliciosa fruta. Esse foi o primeiro passo para chamar a atenção dos transeuntes e de quem chegasse ao local para comprar algo. Mas, tudo bem. Ninguém comentava nada. Apenas todo mundo que via aquela cena estranha, no mínimo achava, julgava que aquela jovem sofria de faculdades mentais ou então estava mesmo com muita fome. E ela, por sua vez, não demonstrava nenhuma preocupação com o que pensavam ou comentavam sobre aquela sua atitude de pessoa faminta. Inclusive o seu olhar não fixava em nada. Aliás, só mesmo na fruta que ela segurava com firmeza e levava-a à boca cadenciadamente. Não parecia ter nenhuma pressa.

Após saciar a sua fome, a sua vontade, devorando até o último pedaço daquele MELÃO, efetuou o respectivo pagamento, em seguida, sem dizer nem muito obrigado, deixou o local. Começou a descer a rua e não andou dez metros, parou como se tivesse esquecido de algo e pretendesse voltar. Mas não foi o que aconteceu. Sem mais nem menos, acredite sem quiser, começou a se despir. Tirou a blusa, em seguida o sutiã, logo depois a calça comprida e por fim...adivinha? Calcinha pra que te quero! Também desfez-se dessa peça íntima, ficando do jeito que veio ao mundo. E pelo modo como estava se comportando, estava pedindo para deixar o mesmo logo, logo! Nesse momento sim, chamou a atenção mais do que nunca, mormente dos homens que passavam por aquele local. Muitos não acreditavam. Outras pessoas chegaram a pensar que se tratava de alguma "pegadinha", sei lá.

O certo é que aquela jovem só voltou a se vestir, após passar um rapaz que a conhecia de alguma balada, talvez, então ela atendeu ao seu pedido. Vestiu-se sem nenhuma pressa, preocupação ou arrependimento por aquela sua atitude despudorada. Em seguida, mais uma vez, sem ninguém mais a importunar, desceu a mesma rua, como se nada tivesse acontecido.

Segundo os curiosos de plantão, para completar a sua paranoia, ao chegar numa pracinha ali perto, resolveu se deitar na grama do jardim, só que antes teve a ousadia de tirar a blusa, mas ficou só nisso. Como não estava totalmente despida, ninguém acionou a polícia porque, afinal, naquele estado ela não estava cometendo nenhum atentado ao pudor ou algo parecido. Da primeira vez, sim. Mas como ela fugira do flagrante, graças aos conselhos de um conhecido, só lhe restava agora curtir aquele sol matinal e deixar que os curiosos desfrutassem do seu corpo quase despido ali sobre a grama daquela praça inóspita.

O certo é que, o restante do dia, na quitanda do sr. Miguel e adjacências, o comentário que rolou foi o súbito "strip-tease" daquela mulher, logo após saborear, comer sozinha um MELÃO de dois quilos. Em tom de brincadeira e gozação, alguém chegou a comentar que aquela fruta tinha algum alucinógeno. Ao que o quitandeiro, também muito brincalhão e extrovertido retrucou:

-"Olha, alucinógeno eu não sei, mas agrotóxico, aí eu já não duvido nada! Também não tenho culpa de nada, afinal sou um simples quitandeiro e não agricultor!".

Após alguns dias desse ocorrido, comentava-se que aquela mulher que se despiu após comer um MELÃO não era doida nem alienada, simplesmente estava mesmo era sob efeito de drogas e afins! Só que aqui são outros quinhentos! Por falar em quinhentos, haja MELÃO!!!!

João Bosco de Andrade Araújo

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JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 06/04/2009
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