Acabou

Faz tempo que não sento com uma xícara, um lápis e folhas de papel para produzir algo que valha a pena ler mais de uma vez. O motivo? Um é que estou cheio de coisas para fazer e acaba não sobrando tempo. Outro é que realmente eu não tinha o que escrever. Sabe, parece que usei a última gota da poção da escrita, espremo, espremo e nada sai, nem se quer uma letra, um ponto, uma exclamação. Certa vez li, não lembro-me onde, que devemos escrever pelo menos uma linha por dia, mas essa linha não pode ser uma qualquer, tem de haver começo, meio e fim. Porém penso sempre no fim, para então fazer um começo arrebatador. E aí está o problema, o fim. Quantos textos já li em que o começo era uma maravilha, mas o fim, o desfecho, de nada valia. É como um conto de mistério em que nos prendemos do começo ao meio, porque no fim tudo era tão óbvio. Óbvio que dá vontade de jogar o livro pela janela ou porta a fora. Não, definitivamente não quero que meus contos sejam assim. Preciso correr atrás do mago que me vendeu a poção das letras e reabastecer o meu pote. Um abraço e até a próxima xícara.

Eduardo Costta
Enviado por Eduardo Costta em 12/03/2009
Código do texto: T1482873
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