OS TEXTOS QUE EU QUERIA TER ESCRITO


 
               Não sei se isso acontece com você, mas comigo, volta e meia acontece. Eu leio um texto e sou arrebatada por ele. Minha alma parece mergulhar naquelas palavras escritas por outra pessoa. Meu ser se reconhece em cada parágrafo. A cada nova reflexão sinto-me mais envolvida, convidada a fazer a parte do enredo. 

               E ao final da leitura não consigo esconder de mim (e agora de quem ler este texto) o pensamento que me assalta: “por que não fui eu que escrevi isso?” Nem vou questionar se isto é inveja branca, roxa, vermelha ou sei lá de que cor, sei apenas que queria muito ter tido talento para escrever um texto tão bonito quanto CONTEMPLAÇÃO de Úrsula Avner – recantista que conheci recentemente e EM FRENTE À SOLIDÃO EU SENTEI E CHOREI
de Sônia Maria Cidreira de Farias, a quem leio sempre que encontro publicações quando estou online. 

               Mas, a lista não pára por ai. Ainda tem muita gente que escreveu o que eu gostaria de ter escrito, Edna Lopes que me faz refletir com seus artigos e crônicas e suspirar com suas poesias. Maria Olímpia tem o hábito de escrever meus pensamentos, em algumas de suas crônicas, vejo-me inteira em suas letras. MPaula Alvim, que anda sumida do RL, escreve maravilhas em poucas palavras. Deixa-me com água na boca. Marília Paixão, em alguns de seus textos é de uma ternura tão intensa que fico com olhos marejados.

               Rosa Pena, que some de vez em quando, tem um estilo que me fascina. Léia Batista escreve com uma leveza profunda e ao falar o que pensa parece falar de mim; Mônica Mello (outra que está matando a mim e ao Dagger de saudades) escreve crônica como se fizesse poesia com a própria alma. A Nena Medeiros, Rejane Chica e a Malu_1 têm um jeito leve e divertido de dizer coisas sérias que me deixam encantada.  Dona Zélia Freire vai, texto a texto, nos instruindo e encantando com suas citações filosóficas. 

               O Nilsson, com estilo próprio, mescla música e crônica e constrói textos belíssimos.  O Bernard Gontier me faz ler e reler seus textos enigmáticos, que depois de decifrados são de uma sabedoria ímpar, gosto de seu estilo instigante, desafiador. Fernanda Araújo vai da receita aos casos, passando pelas biografias, com o mesmo talento e desenvoltura.  

               Como eu gostaria de saber fazer Haikais como Andra Valadares, Celina Figueiredo, Gláucia Ribeiro e Meriam Lazaro! E o que dizer da objetividade poética de Julli Lima e Mira Ira, que em poucas palavras escrevem um oceano de emoções?
 
               Tem ainda os belos e sábios sonetos de Mário Roberto Guimarães – o Mago dos Sonetos e do mestre Jacó Filho; os Rondéis perfeitos de HLuna, que mistura talento, criatividade e nos oferece verdadeiras obras poéticas.   

               A prosa poética de Sônia Ortega e Dorothy Carvalho, são envolventes, líricas, belas, profundas! Vany Grizante e Maria Alice Zocchio custam a aparecer, mas escrevem belos textos. A Genaura Tormin é exemplo de superação e a cada texto um novo encanto é revelado. Reinaldo e Ronaldo são mestres da sedução.
 
               Na poesia de Ana Joaquina, Ternurinha, Rosemeri Tunala, Angela Lara, Maria Thereza Neves, Roseane Ferreira, Tera Sá, Lucia Constantino, Marilda, Marília, Malubarni, Zélia Nicolodi, Isabel Nocetti, Luiza de Marilac, Silvana Inkes, Silvia Regina Costa Lima, Maria Luiza D Errico Nieto e das conterrâneas Cellyme, Fátima Feitosa, Tonha, Verônica Aquino, Maria de Fátima de Carvalho, Cris Mel e Evelyne Furtado sempre encontro fragmentos meus, perdidos nos versos que elas fazem. 

               As trovas caipiras de Airam Ribeiro, Pedrinho Goltara, ClaraLuna e Milla Pereira, membros do sexteto, são de dar inveja a qualquer cordelista famoso. Mas eles não escrevem só no “caipirês”, também dominam o bom português, tão defendido por nosso amigo Alexandre Tambelli.  Os “crontos” de Manuel de Oliveira são de um encanto singular. Os “causos” bem contados de Marco Antonio Canto, sempre aos domingos, são preciosos achados. 

               E falando em domingo tem as imperdíveis crônicas de meu conterrâneo Raimundo Antonio, o cronista mais poeta que conheço. Dele eu queria essa intimidade com a arte de escrever, esse poder de transformar as palavras em algo agradável de ser lido e vivido.

               Confessado o meu crime, que me parece mais uma admiração ilimitada por todos que citei, espero que me entendam e me perdoem. Claro que não lembrei todos os textos e/ou autores (tenho certeza que muitos ficaram de fora) que em algum momento, me deixaram em estado de graça e me levaram as nuvens, mas é que fui citando cada um à proporção que ia lembrando. O risco que corremos sempre que fazemos listas é esquecermos pessoas que não poderiam ficar de fora, perdoem-me por isso também. 
 
 


N.A:
1. Esta crônica nasceu após a leitura do texto de Úrsula e, de alguma forma, fui remetida ao de Soninha, por isso elas foram as únicas autoras que destaquei o nome do texto.

2. Como não foi revisada,por favor ao encontrarem erros me avisem.  Obrigada!



Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 06/03/2009
Reeditado em 07/03/2009
Código do texto: T1472823
Classificação de conteúdo: seguro
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