Brega ou Chique?

Se somos um povo cuja cultura ainda deixa a desejar, não é de se estranhar a preferência pelo brega. Alguns escritores mais clássicos se queixam de que os seus livros ou artigos não são lidos na mesma proporção dos seus talentos. Fazendo um paralelo com a nossa música, nem sempre os cantores que vendem mais discos são os que seguem a música clássica. A depender do ouvinte, o local, a hora e o motivo, bem que uma musiquinha brega agrada o coração dos apaixonados. Da mesma forma os romances ou outros estilos literários, quando apimentados com uma boa dose de breguice, podem ter maior preferência pelo leitor, cuja maioria ainda não tem a necessária erudição para optar pelos clássicos. Pela minha origem sertaneja e nordestina, confesso que ainda estou entre os bregas. Não deixo, entretanto, de apreciar a música clássica, assim como a literatura, mas ficam restritas a momentos especiais.

Faço essas considerações, ao lembrar de uma colega deste Recanto das Letras, cujos textos revelam toda uma erudição, um estilo altamente clássico, mas se queixa de que não são muito lidos. Mesmo assim, pelo que mostra a estatística, há um razoável número de leitores, numa proporção bem maior do que a média em geral. Assim, ainda está de parabéns pelos “chiques” a quem ela conseguiu conquistar. Faço votos para que continue escrevendo para este Recanto, a fim de que possa engrandecer a nossa cultura.

Irineu Gomes
Enviado por Irineu Gomes em 03/03/2009
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