CONFESSO

 

                Eu estou aborrecida. Muito. Há dias venho enfrentando uma situação muito chata. Já falei sobre isso em outro texto, mas nos últimos dias o problema tem se tornado mais insistente.

                Adoro gente. Mesmo sabendo de sua capacidade de ferir e magoar. Gosto de pessoas, alegres, honestas, criativas, mas sei respeitar as tristes, as limitadas, etc., o que eu não gosto é quando as pessoas passam a criar histórias a meu respeito. O que me incomoda, muito, é ser alvo de fofocas.

                Sou, sempre fui, e serei muito extrovertida. Abraço e beijo meus amigos – independente do sexo –, brinco com todos, sento para contar piadas, saio para conversar e nunca vi nisso o menor problema. Meu esposo respeita meu jeito de ser, até porque ele também é assim. Sempre nos respeitamos. Temos amigos comuns, mas temos, também, amigos não comuns. Isso nunca foi problema. E quando quer ser, resolvemos com uma boa conversa.

                Mas, sempre há um “mas”, nos últimos meses tenho enfrentado alguns fofoqueiros de plantão, uns com rosto e nome, outros que não se revelam, mas destilam seu veneno. Na faculdade um pequeno grupo (formado por um homem e duas mulheres, todos casados) começou a insinuar uma ligação “muito estreita” com um amigo jornalista. Não liguei muito. Mas a coisa foi se tornando inconveniente e precisei ser indelicada com eles.

                Durante uma conversa eles voltaram a fazer insinuações e eu disse que achava super natural eles acreditarem que eu tinha um caso amoroso com meu colega, pois cada um pensa de acordo com o que faz e se eles não conseguiam ter amigos era natural que acreditassem que os outros também fossem como eles – só se relacionassem com segundas intenções. O que não era, em definitivo, o meu caso. Eles ficaram sem graça e pediram desculpas.

                O que sei é que eu consigo ver um homem e uma mulher juntos sem imaginar que isso seja suspeito, que homens e mulheres podem ser amigos. Que carinho e afeto cabem em qualquer relação. Aqui, no RL, alguns desocupados ligam textos, distorcem comentários, fazem associações, segundo suas mentes doentias, e insinuam ligações que só existem em suas cabeças.

                Meus leitores não merecem este texto, meus amigos não merecem este desabafo, mas estou cheia dessas acusações. Muita gente já deixou o Recanto em virtude desses inconvenientes, mas eu não vou sair daqui, continuarei escrevendo, lendo, comentando quem eu gosto e se isso está fazendo nascerem histórias em cabecinhas doentes, sinto muito, nada posso fazer por elas. Se quiserem mostrar a cara e conversar, estou aqui, do contrário deixem-me em paz.

                Seu veneno não vai atingir-me, meu antídoto é poderoso. Sua maldade não vai destruir-me e suas suspeitas não se confirmarão, simplesmente porque eu sou transparente. Minha nova história de amor é a mesma de vinte anos atrás. Sou feliz, bem casada, amada e pretendo continuar assim. Tenho motivos para acreditar que encontrei o amor de minha vida e não serão vocês que destruirão essa certeza com fofocas e/ou acusações sem sentido.

 

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 26/11/2008
Código do texto: T1304610
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