AS FACETAS DAS SETE VIDAS DE UM GATO

A TODOS OS QUE DIZEM: “Queria ter sete vidas como um gato”.

Se tu tens sete vidas, consequentemente hás de ter sete mortes e tu nem imaginas qual será tua sorte...

Eu gato, objeto da morte, com pouca ou nenhuma sorte, já rondei por muitos telhados, até pulei de galho em galho que nem macaco, perdi no baralho e cacei feito um cão.

Quando eu era mais jovem e sem malícias deram-me um banho...de mentiras... e que eu mal lembre, fantasias eram minha ração... os ratos, companheiros de habitação.

Então, por ter eu recusado certas imersões, chama-me escaldado, mas o que querem mesmo dizer é que sou um sujeito provado e por isso em déficit de ilusão.

E estou além de tudo apavorado, pois fui notificado de que o cão anda muito exaltado por ouvir da boca de um gato o que lhe pertence com todos os direitos reservados: “au, au, au”, porque a vida ensinou aos gatos dizer apenas meias palavras, e também à prestação.

Mas o que mais me surpreende é de escutar de tanta gente o mesmo sermão: “você não tem vergonha de ascender esses olhos de noite em meados de “apagão”?”

E se o gato, com medo da navalha, pretende mostrar suas garras e afiá-las num bastão, ele logo é açoitado, um pau nele é atirado e ainda assim meu Deus, ele não morre não.

Yara Chima
Enviado por Yara Chima em 23/11/2008
Reeditado em 23/11/2008
Código do texto: T1299472
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