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É PRECISO CONSERTAR O TELHADO!?!?!..

 

                Há alguns dias uma telha de alumínio soltou-se parcialmente da cobertura de um prédio que fica em frente a minha casa e ao sabor do vento produzia um barulho infernal, bem na hora de meu sagrado sono após o almoço.

                Durante algumas tardes tive como fundo musical aquela melodia dissonante da telha que dançava livremente (ou quase) entrecortado apenas pelo suave som dos sinos dos ventos instalados na entrada de minha casa.

                Hoje a telha foi presa, voltou ao seu lugar de origem. Meu sono poderia ter siso normal. Os sinos estavam lá, tocando sua doce e suave melodia, mas senti falta do barulho que me incomodou durante alguns dias.

                Meus ouvidos ficaram em sinal de alerta esperando o barulho da telha para adormecer. Meus olhos se voltaram em direção ao prédio, como a conferir se a telha estava realmente presa ou, quem sabe buscando um pouquinho daquela melodia, que em outros dias eles recriminaram.

                Mas, como pouca coisa tira-me o sono, adormeci e acordei pensando no quanto o ser humano é complexo. Pensei na telha como os problemas de nosso cotidiano. Sabemos onde eles estão, até como consertá-los, mas vamos adiando, dando desculpas e, em determinado momento nos acostumamos a eles. Passam a fazer parte da rotina. E quando, finalmente, nos livramos deles, por um momento sentimos falta, saudade.

                Precisamos consertar nosso telhado. Verificar se não estamos acostumados com algumas goteiras ou telhas soltas. É preciso não aprender a conviver com o que nos perturba, como se fosse natural, fizesse parte do prédio. Telhas soltas oferecem muito perigo, com ou sem barulho.

               

               

               

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 22/11/2008
Código do texto: T1297126
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