O texto de ontem

O sinal

Era uma manhã de vinte de fevereiro de 2006, os galhos da arvore que tínhamos no quintal, batiam no soprar do vento contra a janela como se me chamassem para abri-la e receber o toque inigualável do frescor do dia que iniciava e sua mensagem.

Eu senti a brisa tocando meu rosto acompanhada de um reluzente dia azul. E no dançar de uma borboleta de cores intercaladas e brilhantes adentrando pela janela, tive a sensibilidade de que era um dia diferente dos demais.

Visivelmente se tratava de um sinal bem diante dos meus olhos. Que por um momento me fez pensar; Será um aviso? Se for, é aviso bom, pois linda e encantadora era a borboleta. Como se dissesse “vim colorir esse dia especial, e marca-lo para sempre.”

Ali, iniciava uma jornada intensa para a realização superior a qualquer outra, mas duvidosa sua chegada.

Mesclavam em mim sentimentos bons e horrendos, o que não me era comum sentir. Pois, na minha lógica, é quase impossível a união de dois sentimentos muito contrários um do outro, mas..., eu senti. Fora inesquecível essa mistura.

O que acontecera precisamente á dez anos atrás, foi uma mudança tão radical que pareceu-me desconhecer a Cinthia que nasceu e cresceu até aquela data. Dali em diante outra Cinthia começava a engatinhar, aprendendo seus primeiros passos nessa nova fase..., que posso complicar um pouco seu entendimento na leitura eu dizer que..., além de um supremo sentimentos de realização, via-me entrando num campo obscuro, como numa sala fechada, sem janela, ou porta.

Ali, naquele exato dia, eu sentia literalmente minha vida se dividindo ao meio, uma guardando na gaveta, isolando e mim e de todos, para revelar apenas hoje;

Esqueci essa vida, e guarde-a, a desprezei, sofri, sofri, sofri... Não queria ter feito tudo isso, guardei uma vida preciosa na gaveta, eu não acredito até o momento..., eu guardei na gaveta tudo que recebi, tudo o que passava de bom aos outros, as pessoas que precisavam dos raios de luz que eu transmitia, esses também guardei, os poderes que saiam das minhas mãos, escondi alguns de mim própria, tentando me esconder das minhas próprias vistas, das minhas próprias culpas do que fiz. O que não foi algo tão grave de se encarar, eu só guardei uma vida inteira na gaveta.

Bem..., mas vamos ao que nos aguarda a frente;

Outra parte iniciando sua fase, novíssima, que mesmo acabando de nascer envelhecia-me rapidamente, mal o tempo passava, pareciam anos, longas datas que pareciam não terminar nunca.

Ao amanhecer, eu olhava o dia chegando, o movimento das ruas, dos carros, de tudo, e isso tudo me abatia profundamente, eu tinha que enfrentar minha realidade e vê-la de frente. Por isso eu queria a noite, para dormir, e não ver nada. Pois esse campo obscuro que relatei anteriormente, eu focava toda minha atenção, de fato me assustava muito, me martirizava, me preocupava.

Falando “obscuro”, revelo que é algo escondido, enrustido, e totalmente incomum... O que se eu dissesse as pessoas a princípio ninguém entenderia, não me compreenderiam.

***********************************************

trecho de um trabalho literário á ser lançado.

Viviane A
Enviado por Viviane A em 18/11/2008
Reeditado em 05/12/2013
Código do texto: T1290403
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.