JEITO DE AMAR.
SILÊNCIO.
Muitos não suportam o silêncio. Ele os danifica e amadronta.
Não têm a necessária coragem de se devassarem,de se inudarem
da sinistra luz da verdade. Não compreendem o quanto ela pode
ser amena,se recebida com humildade. Com extrema delicadeza,
como um cirurgião competente,o silêncio vai compondo tecidos,
vai suavizando arestas.
Não é preciso ter medo,apenas submeter-se.Muitos preferem o
barulho que ensurdece e ilude.
O silêncio é paz. Acostumei-me ao isolamento,no vício de registrar
meus pensamentos.Não por pretensão,mas como uma contingência.
E que exagero até nas proporções exigidas,pois o menor ruído me
distrai.
Nunca acreditei que tivesse um dom ou coisa semelhante.
Acredito que o ato de sentar-se,meditar e concretizar em palavras
o pensamento,é tudo o que é necessário para escrever.
Apenas tivemos uma oportunidade,o que não é concedida a todos.
À cata de motivação,vou dissecando as coisas,as pequenas
banalidades que me ocorrem.
(Do livro:Jeito de Amar. Trecho da Crônica:Silêncio, autoria de
Dilza Pinho Nilo).Mais um belo presente que recebi.