A teoria do mais tolo ou a síndrome dos girassóis de Van Gogh
A teoria do mais tolo consiste em pagar-se demasiado por uma mercadoria qualquer confiando que, no futuro, aparecerá alguém mais tolo que aceitará pagar ainda mais.
Assim, um quadro de Van Gogh, os girassóis, por exemplo, pode ser vendido por, digamos, dez milhões de dólares hoje, considerando-se como líquido e certo que o dito quadro poderá ser vendido daqui a alguns anos por vinte, trinta ou mais milhões de dólares que um novo rico emergente das estepes da Ásia ou das areias escaldantes do deserto, ou das florestas tropicais poderá pagar.
Pois, todos sabem, que as riquezas do mundo são infinitas e crescem em progressão mais do que geométrica, em progressão assintótica e catastrófica das miragens ilusórias das visões bentas...
Pois o que faz o sistema de crédito, parte fundamental do sistema capitalista-democrático que rege a nossa liberdade ilusória de escolha senão empenhar o amanhã?
Um dia o amanhã chega e, com ele as contas a pagar. E a casa, cujo financiamento o banco tão prontamente aprovou, ao vale mais aquela baba de dinheiro, não é nenhum girassol de Van Gogh, e, sim, uma casinha modesta no subúrbio, a as ações da Vale e a Petrobrás não valem toda aquela fortuna que os mais tolos aceitaram pagar, nem o petróleo vale 150 dólares o barril, os girassóis perderam valor a cada dia, e os tolos que aceitaram pagar tanto morrerão agarrados às suas propriedades desvalorizadas.
Ou, o que é muito melhor, valorizem corretamente os bens, deixem as famílias nas suas casas, mantenham-nas empregadas, trabalhando para pagar as casas e, claro, retirem os soldados do Iraque, que eles também gastam muito dinheiro inutilmente.
OS: Acho que o quadro “Girassóis” de Van Gogh foi vendido por bem mais que 100 milhões de dólares. Vai ser difícil aparecer um tolo disposto a pagar mais.