A MOEDA DE VINTE CENTAVOS
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Em uma dessas lojas de 1,99, aguardava eu, tranquilamente, no início da extensa fila, a sonolenta operadora do caixa digitar a compra de uma senhora, quando a máquina acusou doze reais por um conjunto de lâmpadas de abajur. A senhora, imediatamente interrompeu a operadora do caixa, exclamando:
— Minha filha! As lâmpadas custam 11,60 e não 12,00 reais!
A operadora, como se recebesse um eletrochoque, despertou da sonolência. Com a fisionomia de quem comeu um doce estragado, parou o hipnótico trabalho que estava fazendo e contestou a cliente lhe dizendo que aquele era o valor que a barra de preços acusava.
— Mas não é o preço que está na prateleira – responde a cliente um tanto nervosa.
A operadora, agora, alumiando raiva no olhar, acenou para uma atendente, que se aproximou do caixa e, após ouvir o pedido para verificar o preço, desapareceu por entre as prateleiras da loja.
Passaram-se minutos, e mais minutos, e nada da atendente voltar. Na fila, ataques de nervos, hipertensão, crianças chorando, princípios de enfarte e derrame cerebral. Contudo, a operadora do caixa e a senhora reclamante, estavam impassíveis, como que: não estamos nem aí para vocês.
Quando a explosão da fila parecia iminente, a atendente retorna e confirma o preço na prateleira: 11,60 reais. Ao devolver para a senhora os vinte centavos, a menina do caixa, nervosa, deixa cair à moeda no chão, que rola para baixo do balcão do caixa. A atendente tentava recuperar a moeda, passando uma régua por debaixo do balcão, quando a senhora diz:
— Não se preocupe minha filha, são só vinte centavos!
E foi embora.
Salve-se; quem puder! ®Sérgio.
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