comédia em pé 1

Todo mundo diz que eu só vou arrumar mulher quando passar a me achar bonito, quando eu passar a gostar mais de mim do que de qualquer outra coisa ou pessoa. Quer dizer então que eu tenho que chegar no espelho, lamber os meus próprios lábios e tascar um beijo de língua no meu reflexo? Bom, isso aí eu já acho que seria um tanto quanto viadagem, né. Beijar, eu não beijo nem o meu pai.

De uns tempos para cá, até que eu tenho conseguido gostar mais de mim, mas o mundo também não me ajuda nessa missão. Um conhecido meu foi falar de mim para uma amiga dele, ela disse o seguinte: “olha, ele pode até ser gente boa, mas nem rola”. Cara, pra mim ela quis dizer o seguinte: “ele é legal, mas é feio”. Teve uma outra que disse não existir química entre nós dois... mas eu só queria algo físico, mecânico, que nem aquele funk: “entra e sai, entra e sai... na porta da frente, na porta de trás”.

Por falar nisso de carência física, eu li outro dia no jornal que um cara na Holanda foi preso acusado de abusar sexualmente de uma ovelha. E, como lá o bestialismo só é punido quando conseguem provar que o animal sofreu, a polícia está investigando se a pobrezinha sentiu dores durante o ato. Ué, alguém lá na polícia holandesa vai interrogar o bicho? Será que tem alguém que fala ovelhês por lá? E qual é o problema de sentir dor durante o ato? Uma mulher virgem em sua primeira vez sente dor, suponho eu, tem também o caso dos masoquistas, que gostam de levar umas porradas lá na hora do créu.