BEIJO, ABRAÇO, APERTO DE MÃO

BEIJO, ABRAÇO, APERTO DE MÃO.

Mais uma emoção da Bienal do Livro.

Resolvi fazer algumas brincadeiras para divulgar meus livros.

Como percebi que alguns estandes davam balinhas, resolvi saciar a fome de leitura, escrevi haikais e distribui como amostra grátis.

Só para mulheres é claro...

Machos, vade retro, satã!

Principalmente para adolescentes.

Grupinhos de estudantes, então...

Um prato cheio...

De novo, o velho mote...

Olhem um autor...

Chamavam outras...

Como os haikais são herméticos e de “difícil” compreensão, algumas me perguntavam o significado.

Aproveitava para dar algumas dicas de versos, métricas, rimas e alguns olhinhos brilhavam.

O mais emocionante mesmo foi quando uma garota de uns catorze anos, de uma escola pública de Itapecerica da Serra, depois de me perguntar o significado do haikai, perguntou quem era o autor.

Disse-lhe que era eu...

Desconfiada, olhou para o crachá.

Cochichou algo com uma colega, encorajou-se e disparou:

Eu posso pedir uma coisa para o senhor?

Pensei que pediria para eu autografar o marcador de páginas.

Posso apertar a sua mão?

Gelei um segundo e brinquei com ela, esticando a mão.

Pode apertar tudo... Pode abraçar, beijar...

Ela fez isso.

As outras quatro também...

Fotografaram.

Hoje devo estar conhecido na cidade.

Graças a simplicidade dessa menina.

Lembrei-me da brincadeira “erótica” de adolescência dos anos 60.

Daqui a alguns anos, será que elas vão querer me abraçar?

Tomara que sim...

Para a jovem, um recado:

”Não sei onde você andará, nem o que fará da foto, mas vou lembrar sempre da emoção que me causou.”

Você merece um aperto de mão, um abraço e um beijo.

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 23/08/2008
Reeditado em 23/08/2008
Código do texto: T1141922
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