CRÔNICA DE UM AMOR PROIBIDO

 

            Era assim quando nos conhecemos. Não podíamos nos querer. Mas ignoramos as placas de perigo e seguimos adiante. Mais que nos querer, nos amamos. Quebramos regras. Ferimos as leis. Desobedecemos aos mandamentos. Violamos a moral de nossa época. Enfrentamos os preconceitos. A família. Vivemos o nosso amor.

            Passou o tempo e nada mudou. Continuamos unidos por esse amor, que nasceu proibido, viveu temporariamente nas sombras e hoje se mostra ao sol. Belo e transparente como sempre foi. Amamos-nos a luz do dia. Não precisamos mais nos esconder, não temos o que ou a quem temer. Nosso amor nos protege. As leis também.

            Ainda sinto a mesma emoção do primeiro olhar, do primeiro beijo, da primeira vez. Cada vez que nos amamos é como se o mundo fizesse uma festa particular para nós dois. Há uma orquestra na natureza que toca só para nós. Uma luz que nos envolve que é particularmente nossa. Uma magia que se renova a cada toque. Cada dia é como se fosse o primeiro e o último.

            Parece que foi ontem que lhe encontrei naquela esquina. Tão lindo! Parecia me esperar. Sorriu ao me olhar. Não resisti. Sabia que seria sua. Seus olhos capturaram minha alma. Fui aprisionada por seu sorriso e nunca mais me libertei desse querer arrebatador que nos une.  Além do amor que nos une há o respeito, a admiração mútua, o carinho, a amizade que permeia toda nossa história.

            A princípio tive medo. Era perigoso. Mas não resisti ao seu beijo, ao seu olhar, ao seu jeito apaixonante de fazer amor e deixar-se amar. Somos um do outro. Nossos filhos cresceram e eu nem percebi. Já não somos dois jovens apaixonados, mas um homem e uma mulher, um casal que enfrentou o mundo para viver seu amor. E tudo continua igualmente diferente! Meu corpo ainda vibra ao toque do seu, apenas mais intensamente. Meu coração ainda dispara ao som de sua voz, a mais doce melodia. Minhas mãos ainda suam ao tocar você, tão conhecido e amado. 

            Disseram-me que não resistiríamos as pressões, que nos separaríamos diante da primeira grande dificuldade,  que esta chama morreria com o tempo. Erraram nas previsões. Sobrevivemos a tudo e a todos. Ainda desejo você com a mesma intensidade, ainda morro de saudades quando estás longe de mim, ainda vibro quando ouço sua voz ao telefone, ainda espero ansiosa sua volta, cada vez que vai para longe de meus olhos.

            Meu amor... Por maiores que sejam nossos desafios, nossos problemas e até as nossas divergências o que nos une é muito maior e mais forte que o que nos separa. Há em nossa história um traço de eternidade que nos liga para todo o sempre. Eu amo você assim, apaixonadamente. Perdidamente. Sei que não há seguro contra o fim de um amor, que nossos caminhos podem tomar rumos diferentes, mesmo assim sei que estou vivendo o grande amor de minha vida, a mais bela história de amor a mim reservada.

            Obrigada meu amor por fazer parte de minha história, por ter tornado minha vida um conto bom de ser vivido. Por ter acreditado em nosso amor e me feito perceber que nada é maior que o amor; que quando se ama verdadeiramente os problemas são enfrentados com sensatez, as diferenças respeitadas e a vida construída todo os dias, com afeto, carinho, respeito e muita cumplicidade. Mais que esposa, quero ser sempre sua amante, amiga, companheira e confidente.


* Imagem pesquisada no google.




 

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 17/06/2008
Reeditado em 17/06/2008
Código do texto: T1038726
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.