VELHO É A P... , Q... P...

Ai! Esses emails nostálgicos.

Hoje recebi mais um brincando com minha idade.

Daquele tipo você conheceu? Você usou? Você bebeu?

Não minta...

Pois é...

Vou responder publicamente, tintim por tintim...

Desaforados.

Lembram do Tintim, personagem de histórias em quadrinhos do Hergé, cartunista belga?

Paciência então, pois responderei nos mínimos detalhes todas as indagações.

Claro que eu tomei Q-Suco. Tomo até hoje com outros nomes. E adorava a Grapette que era muito melhor que as concorrentes de hoje. Acreditem que nunca tomei Cuba Libre, porque preferia Leite embalado em garrafa de vidro com tampinha de alumínio. Era um protótipo da geração saúde.

Como era saudável e tomava toda manhã gemada com Biotônico Fontoura não precisava de Cibalena. Hoje, o paracetamol é companheiro de muitas horas.

Não tive espinhas, portanto desconheço o tal de Minâncora, mas ralei muitas vezes o joelho no carrinho de rolimã e usava mercúrio cromo e violeta genciana. Esta nas aftas também.

Gilette removível não só meu pai, mas eu também usei e o pessoal do trânsito deve conhecer esta particularidade da idade, pois entre outros nomes, chamam-me de navalha muitas vezes.

Não usava tampinha de garrafa como estrela de xerife. Eu tinha uma estrela de cinco pontas escrita sheriff.

Assim como tive a cartolinha e a bengala do Bat Masterson que ganhei num Salão da Criança no Parque do Ibirapuera e, acreditem, vi o artista Gene Barry (esnobei) numa apresentação nas Lojas Clipper.

Tive também um bonequinho do Vigilante Rodoviário, representado pelo Policial rodoviário Carlos Miranda, que tive a felicidade de conhecer pessoalmente e que mora em Itanhaém. Só para instigar taras e invejas, passei a mão no Lobo.

Não gostava do Perdidos no Espaço, preferia jogar bolinha de gude e botão.

Sei perfeitamente quem foi o Mario “Ted Boy” Marino.

Além de lutador de tele-catch foi protagonista da primeira série dos Adoráveis Trapalhões, na TV Excelsior, com Wanderley Cardoso, Ivon Cury e Renato Aragão.

Hoje, Ted mora no Rio de Janeiro.

Assisti filmes do Tarzã, com Johnny Weissmuller, campeão olímpico de 1924 e 1928, que faleceu pensando que era o personagem. Ele foi também o Jim das Selvas.

Li muito gibi. Tenho até hoje uma coleção do Pecos Bill, o herói que montava e domava ciclones e enfrentava bandidos com seu companheiro Du Tisne, defendendo sua namorada Sue.

Jogar bilboquê?

Tô fora.

Isso era coisa de menina e do Toninho, um menino de quem não falavam muito bem...

Parei muitas vezes de brincar porque minha mãe pedia para ir até a vendinha, comprar inseticida para colocar na bomba de flit, um pacote de sabão em pó Rinso. E tinha que anotar tudo certinho na caderneta, sim senhor.

Falando em mãe, não tínhamos dinheiro para luxos como secadores de cabelos, leite de colônia, bombinhas de laquê.

E olhe o que me perguntaram.

Se a minha mãe usava anágua, meia com costura atrás.

Sei lá...

Ia perder tempo olhando minha mãe?

Primeiro não era tão tarado assim...

Ficava era de olho nas meninas de minha idade ou nas irmãs mais velhas dos amigos, olhando pelo buraco da fechadura. Naquela época, as fechaduras não eram a tambor, ainda.

Nossa televisão tinha seletor rotativo. Era uma Silvania que meu pai comprou de segunda mão e mentia dizendo que ganhara numa rifa.

Não assistia a Jovem Guarda porque não gostava, assim não como gostava de ir a bailes de formatura com o Pholhas, Sunday, Lee Jackson. Mas, assisti os Secos & Molhados, duas vezes, no Clube Pinheiros em 1974.

Até hoje coleciono Long Plays (LPs), Compactos Simples (CS) e Compactos Duplos (CDs). Por isso tenho o LP do Ronnie Vonn que me mandaram e tive incríveis cabelos compridos. Cheguei a levar muita bronca na faculdade por causa das fitinhas tipo Bjorn Borg que usava em jogos de futebol.

Isso depois de cursar o primário, ginásio e colegial. Passei direto no exame de admissão e não fiz nem cientifico, nem clássico o que era normal na época para os meninos.

Nunca usei japona, mas meu irmão teve uma.

Tênis Bamba era caro. Tinha um conguinha. Isso me lembra a Gretchen, que é contemporânea e bamba no assunto.

Mas com um dos primeiros salários pude comprar o sonhado Vulcabrás 752, com o qual fazia musculação correndo atrás de ônibus.

Assisti o Repórter Esso com o Heron Domingues, o Topo Gigio com o injustiçado Simonal e lembro da Vila Sésamo, que não assistia e é claro que sei quem foi Odorico Paraguassu, o prefeito de Sucupira, criado por Dias Gomes. O Bem Amado de Paulo Gracindo. Na época, já não gostava de novelas.

Mas, escutei o Direito de Nascer e Minha Mãe era uma heroína.

Queimada eu cheguei a ensinar para meus alunos.

Agora para terminar, como diz o samba “goiabada cascão em caixa é coisa fina, sinhá, que ninguém mais acha”.

Sou que nem a Cera Parquetina.

Onde passa brilha...

Pelo menos a careca...

Posso ser ponto de referência...

Agora, velho é a Progenitora, Querido Parceiro.

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http://apostolosdepedro.blogspot.com

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 03/06/2008
Reeditado em 05/06/2008
Código do texto: T1018262
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