BILHETINHOS E CONFUSÕES

Bilhetinho é um problema.

Nunca conseguimos expressar num bilhetinho exatamente o que queríamos.

E quem recebe o bilhete nem sempre entende o que escrevemos.

Se o destinatário já não entende o remetente, imagine quem se mete na conversa.

Mulheres adoram revistar os bolsos dos companheiros à procura de problemas.

Se encontrarem o cartão de crédito o problema será do companheiro.

Se encontrarem faturas inexplicáveis, o problema será maior ainda.

Mas se encontrarem bilhetinhos comprometedores, xi!!!

A cobra fumou...

E todo bilhetinho, apenas por haver sido guardado já é, por si só, comprometedor.

Felizmente, os homens não têm muito esse costume de revistar, com freqüência, as bolsas das mulheres.

Primeiro porque se nem elas conseguem encontrar o que procuram, apesar de certamente estar lá dentro, imaginem os desatentos parceiros.

Depois, é melhor não procurar chifre na cabeça de burro, pelo em casca de ovo e coisas do gênero.

Por que encontra.

A delicadeza, meiguice, doçura, sutileza, charme e outras gentilezas femininas para conseguir seus objetivos, especialmente quando expressos em bilhetinhos com letras bonitas, às vezes provocam desnecessárias confusões.

Soube que o Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Reprodução de Documentos de Cartórios e outras Empresas do Comércio, Indústria e outros serviços.

Resumindo, senão eu gasto a crônica inteira para dizer o nome do sindicato, o pessoal que fica tirando fotocópia, cópia reprográfica, heliográfica, escaneadores, et coetera (crônica interativa, se lembrarem outros nomes para a popular “cheroquis” podem completar).

Pois é,

O SINTRASEREDOCA (abreviação do Sindicato) divulgou um pedido a todas as secretárias e mulheres em geral que se utilizam dos serviços de cópia que não abreviem seus pedidos ou, no mínimo, sejam explícitas, indo direto ao assunto, porque bilhetinhos encaminhados têm causado problemas a seus associados, inclusive com hematomas e outros ferimentos.

Tudo causado por mal entendido de bilhetinhos “suspeitos” encontrados por esposas e namoradas em bolsos de “reprodutores” distraídos.

E o Sindicato, desta vez tem razão.

Veja alguns exemplos de bilhetes encontrados:

“Marinho, capriche de novo... A última vez foi boa... Faça igual... ”

“Joãozinho... Quero quatro rapidinhas!”

“Zeca, hoje eu tenho que ser a primeira porque estou mais necessitada!”

“Paulinho, quero dos dois lados e presta atenção: atrás tem que caber tudo!”

“Beto, por favor... Coloca na frente pra mim, vai...”

“Chico, presta atenção, estou muito angustiada... Estou atrasada!”

“Toninho, tira o mais rápido possível, porque o gerente também vai querer...”

“Zinho, por favor, devagar, com carinho, porque quero bem feito.”

“Lu, cuidado! É comprido e largo... Posicione direito para que não fique nada de fora.”

“Cacá, será que dá pra entrar no meio sem que ninguém perceba e tirar uma rapidinha?”

Mais explícito fica melhor, mesmo.

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Observação – O atento leitor deve ter percebido não existir nenhum bilhetinho endereçado a “Pedrinho”, ”Pedrão”, “Pedroca” ou outro nome impublicável que costumam chamar este autor, que o torna mais uma vez insuspeito.

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 25/05/2008
Reeditado em 25/05/2008
Código do texto: T1004561
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