FAÇO UM PREITO A TIRADENTES O MÁRTIR DA INDEPENDÊNCIA

Foi José Joaquim da Silva

Xavier assim chamado

Lá da fazenda Pombal

Um mineiro tão amado

Trabalhou com eficiência

Tinha sonhos bem ardentes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

Ficou órfão a onze anos

Foi mercador ambulante

Estudou os minerais

Onde aprendeu bastante

Tinha grande abrangência

E posturas coerentes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

Era muito habilidoso

Dentes sabia extrair

Desenvolveu esta arte

Ficou conhecido ali

Caminhou nesta tendência

Extraindo muitos dentes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

Pertenceu ao regimento

Dragões de Minas Gerais

Era muito corajoso

Herdou de seus ancestrais

Mas agia com prudência

Com os seus adjacentes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

Também já foi um alferes

Sendo muito justiceiro

Prendeu muitos assassinos

Mesmo sendo homem ordeiro

Defendia a decência

Desde seus antecedentes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

A Colônia brasileira

Crescia materialmente

Portugal então levava

Muitas riquezas da gente

Era grande a exigência

Começaram os incidentes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

Estes acontecimentos

Na colônia despertaram

Anseio de liberdade

E muitos assim sonharam

Com bastante refulgência

E seus desejos latentes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

Neste ínterim ocorria

A independência americana

Diante da Inglaterra

Numa ação bem soberana

Aumentando a efervescência

Entre os homens emergentes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

Muitos jovens brasileiros

Na Europa estudavam

E voltando pro Brasil

O clima eles esquentavam

Com sua proeminência

E idéias envolventes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

A cobrança de impostos

Era muito exorbitante

Portugal sempre aumentava

As taxas naquele instante

Agia com intransigência

Em todos os ambientes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

O conde de Barbacena

Já agendara a derrama

O aperto seria grande

Toda a colônia reclama

De tamanha prepotência

Decretos muito afligentes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

Tiradentes na vanguarda

Atrás artistas, poetas

Militares, sacerdotes

Em ações muito secretas

Começava a providência

Com homens bem competentes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

Destarte em Rila Rica

Tramaram a conspiração

Seria exatamente

Na derrama a rebelião

Programada a transcorrência

Idéias bem consistentes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

Joaquim Silvério dos Reis

Sendo amigo e companheiro

Quem jamais imaginava

Que fosse tão traiçoeiro?

Preparou a inconfidência

Foi covarde e dissidente

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

Lá no Rio de Janeiro

A nova espalha ligeiro

Já prenderam Tiradentes

Na rua do Latoeiro

Começava a penitência

Com ele foram coagentes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

No ano noventa e dois

Sendo do século dezoito

Em vinte e um de abril

Foi enforcado o afoito

Foi um fim na virulência

Em cenas tão comoventes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

Foi mártir da liberdade

Por ter sido enforcado

Mais algum tempo depois

O Brasil foi libertado

Encerrando a dependência

Dos portugueses inclementes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência

Deixo aqui esta homenagem

Ao grande libertador

Que pagou um preço caro

Num gesto de grande amor

Dando-nos a iminência

De liberdades prementes

Faço um preito a Tiradentes

O mártir da independência