minha peleja com o satanás
Amigos prestem atenção
No que eu vou aqui narrar
Tudo é verdade, de coração,
Não quero lhe enganar.
Será sobre a peleja com um cão
Que tive que encarar
Tava tudo indo bem
Todos já haviam dormido
Eu na sala sozinho
Ouvindo música e sorrindo
Escrevendo muito bem
O que da mente vinha saindo.
Linha por linha, desenhando
Frases bonitas formando
Coisas do amor e tristeza
Na noite mim conquistando
Com os olhos já caídos
Ou seja, já cochilando.
Já cansado eu parei
Arrumei tudo e fui deitar
Mas nem tão pouco lembrei
Que teria de orar
Mesmo assim me deitei
Para tentar relaxar
Logo tive a sensação
De estar indo ao quintal
Levantei pisei no chão
Pensei que tava passando mal
Mesmo assim pus um calção
Sem saber que iria ver o tal.
Segui um curto caminho
Com o sono me guiando
Mal sabia eu
Que o cão tava me atentando
Foi quando despertei
E ao quintal fui chegando.
Abri a porta da cozinha
E vi duas coisas lindas
Para felicidade minha
Dois coelhos brincavam ainda
Parecendo duas criancinhas
Quintal a baixo e acima
Foi quando olhei de lado
Vi uma sombra me assustei
Vi um ser meio alado
Vixe! Me arrepiei.
Ali mesmo fiquei parado
Não posso dizer que me mijei.
O bicho lá no escuro
Olhando para mim estava
Bem lá no canto do muro,
Ele só me admirava
Sabia que eu não era puro
Como qualquer um pecava
Levantou-se abriu a asas
Ergueu a sua cabeça
E eu na área da casa
Começava minha peleja
O frio na hora passa
Não importa onde se esteja
Com minhas pernas tremendo
Tentei dentro de a casa entrar
Juro, eu não me lembro.
O medo tive de enfrentar.
Dessa época de setembro
Vou para sempre lembrar.
O bicho olhou para mim
Com um olhar avermelhado
Meu Deus, que coisa ruim
Pensei que estava acabado
Teria chegado o meu fim
Nesse momento assombrado?
Ele deu uns dois passos
Em minha direção
Meu medo foi tão grande
Que quase borro o calção
No fundo ainda senti
A quentura De uma cagação.
Mais dois passos ele deu
Ai aumentou a agonia
O pega-pega, não pega
De um triste fim de dia
O miserável se aproximava
E eu não sabia o que fazia.
Foi quando criei coragem
E recuei um pouco mais
Observando aquela imagem
Terrível do satanás
Não tinha mais mensagens
Eu era apenas um incapaz
Foi então que me lembrei
De fazer o sinal da cruz
Pela virgem Maria Clamei
São Benedito e Jesus
Ao poderoso Deus implorei
Pedindo um sinal de luz.
Ai a coisa ficou preta
O danado ficou fumaçando
Pense na cara do capeta
Quando me viu orando
Parecia uma carrapeta
No meu quintal rodopiando
Foi para traz,
Veio para frente
Com os chifres brilhando
Seu rabo de serpente
Terminou me apavorando
Deixando-me descontente.
Eita momento pavoroso!
O bicho os dentes ringia
Quando ouvia o nome de Deus
De Jesus e virgem Maria.
Parecia estar maluco
Com medo da luz do dia.
Clamei pelo anjo da guarda
Que logo me socorreu
Com seu nome forte
E parecido com o meu
O demo então foi recuando
E em minutos desapareceu.
Foi fumaça para todo lado
Que eu quase fico cego
Tudo ficou esbranquiçado
O medo aumentou, eu não nego.
O capeta enfim se danou
Mas eu quase fui pego.
Assim foi minha peleja
Com o infeliz do satanás
Vou procurar uma igreja
De orar não esqueço mais.
Clamarei onde que esteja
Por Deus, Jesus, e muito mais.
Espero não ver mais o bicho
Para minha tranqüilidade
Pois para mim ele é um lixo
Transmissor de doenças e maldades
Com deus agora eu fico
Para sempre e na eternidade.
Se você não acredita
não posso fazer nada
Só pedir que uses a escrita
Faça uma carta bem preparada
Escreva com uma letra bonita
E envie para a capetada.
Assim serás informado
De tudo que aconteceu
Ou terás um momento
Igual a esse meu
Provarás do pesadelo
Que a mim se sucedeu.
Portanto meu amigo
Você que não tem Deus
Procure fazer oração
Peça pelos irmãos seus.
E assim viva feliz
Igualmente como eu.
Aqui vou encerrando,
Pondo fim nesta história,
Muito prazeroso e feliz
Também contando vitória.
Pois conheci Deus
E Alcancei a Glória.
Miguel Nascimento.