Segredos do Tempo

O tempo não tem pressa, isso eu sei.

Nem tão pouco esconde seu valor

As marcas de alegria ou de dor

São os rastros na estrada que andei

Regados nas lágrimas que chorei

Dá um livro, escrever minha história

Com o espaço lotado na memória

Meu desejo nem em sonho acontece

O segredo do tempo aborrece

A quem perde o prumo da trajetória

Na infância, maior parte é inocência

Dois caminhos por certo se apresentam

Os sonhos ilusórios se ostentam

E focamos no pedal da influência

Na estrada se destrói a competência

As curvas nos empurram pra escória

Nessa vida onde a parte ilusória

Mostra como o sujeito envelhece

O segredo do tempo aborrece

A quem perde o prumo da trajetória

Um caminho obscuro no início

Assim que a vida então começa

Correr não precisa e nem ter pressa

Para não desabar no precipício

A labuta não nega o sacrifício

Mas a curva sinuosa é provisória

Na estrada com medida aleatória

Tem um túnel que a vista escurece

O segredo do tempo aborrece

A quem perde o prumo da trajetória

Lá se foram meus sonhos pelo ralo

O destino levou não devolveu

Quem ficou fez questão de ser só meu

Levo um peso ajustado pra cavalo

Nos meus ombros só restam dor e calo,

E resquícios dos sonhos duma glória

Para ele dou a mão a palmatória

Controla tudo e não se envaidece

O segredo do tempo aborrece

A quem perde o prumo da trajetória

Sem idade pra mostrar seus segredos

O tempo se encarrega de impor

Quem cai no seu conto sente a dor

Com os sonhos perdidos entre os dedos

Sem direito o resgate dos torpedos

Da infância de outrora meritória

O declínio é a parte somatória

E a alma de tristeza desvanece

O segredo do tempo aborrece

A quem perde o prumo da trajetória

Jailton Antas
Enviado por Jailton Antas em 20/04/2024
Código do texto: T8046062
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