Cordelando a Solidão do Sertão

No sertão perdido, onde o sol queima a terra,

Vive um homem solitário, dono da sua guerra.

Seu coração ferido, desconfiado do mundo,

Isolou-se no mato, lá no seu reduto profundo.

Num casebre simples, perto do matagal,

Ele teceu seu destino, feito um laço de fio vital.

Confiança abalada, nas pessoas do chão,

Preferiu a solidão, no sertão com o seu cão.

Cercado por árvores, sussurros do vento,

Ele vive entre sombras, no seu próprio invento.

Animais são seus amigos, no silêncio da mata,

A confiança neles, nunca o abandona, trata.

Um pequeno rebanho, como um tesouro guardado,

Gado que pasta, ao som do seu fado.

A natureza é sua companhia leal,

Cantando ao vento, um cordel original.

No entardecer sertanejo, olhos no horizonte,

O homem solitário, no seu peito, a fonte.

Entre estrelas que dançam, na vastidão do céu,

Ele encontra a paz, no seu refúgio, seu véu.

No mato, no casebre, na solidão sentida,

Um cordel se escreve, na história da vida.

Homem solitário, fiel ao seu destino,

Na vastidão do sertão, traça seu caminho.

Assim segue a vida, no compasso do cordel,

O homem solitário, no seu próprio papel.

Na simplicidade do sertão, onde ele se revela,

Cantando histórias, no cordel da sua janela.