Feliz dia de quem diz: se eu for aí tu apanhas!

Sou Amanda Simpatia

cordelista potiguar

e agora vou te contar

uma história da Maria

que conheci certo dia

pelas ruas de Natal

e já digo é normal

esse fato ocorrer

e também acontecer

na sua vida real.

Maria era uma criança

ainda com 7 anos

com suas bonecas de panos

fazia aquela lambança

e sua mãe na esperança

dela por um momentinho

ficar quieta um pouquinho

dava sempre o celular

para ali ela jogar

sentada no seu cantinho.

Certa vez Maria quis

jogar LOL no celular

e passou a procurar

na casa, toda feliz.

Chamou seu irmão Luiz

para ir lhe ajudar

pois o viu também jogar

de noite, lá na calçada

por ter um horário cada

era a vez dela usar.

Luiz bem mais velho era

estava na puberdade

ansiando liberdade

que todo jovem espera

mas só uma mãe supera

as crises dessa idade

pois já teve mocidade

e sabe que hormônios tem

guiando o corpo além

do que tem capacidade.

Luiz ficou remanchando

para ajudar Maria

e procurar não queria

sequer estava lembrando

foi pra rua reclamando

para estresse não ter

e nem a mãe perceber

que a filha impaciente

já chorava descontente

pelo celular não ver.

Maria olhou na cama

no sofá e na estante

e não pensou um instante

que sua mãe sempre reclama

quando chorando ela chama

os pais para lhe atender

como se fosse o dever

ouvir e sair correndo

tipo quem obedecendo

atende qualquer querer.

Olhou na sala inteira

depois olhou na cozinha

e nem no armário tinha

tampouco na geladeira

sua mãe vendo-a de bobeira

já ficou desconfiada

e perguntou encucada

o que estás procurando

pela casa e chorando

sem ninguém te fazer nada.

Maria fechou a cara

como quem tá emburrada

e disse alto: é nada!

Sabendo que a mãe repara

e de reclamar não para

se disser que já perdeu

ou até mesmo esqueceu

onde pôs um objeto

pois já manda o papo reto

cuide bem do que é seu.

A mãe de Maria vendo

que ela estava mentindo

e ainda resistindo

na procura só revendo

nos móveis e remexendo

em tudo que encontrava

perguntou aonde estava

o bendito celular

como quem pega no ar

o que ela procurava.

Mãe é um ser tão danado

que tem o sexto sentido

e com quem lhe é querido

parece que é dobrado

em tudo toma cuidado

também presta atenção

para ter a solução

e deixar bem educado

cada filho que é legado

da sua nobre criação.

Maria quieta ficou

e baixinho pôs-se a falar:

quero achar o celular

mas Luiz não me ajudou

e foi ele quem pegou

nele a última vez

cheio de estupidez

deve estar escondendo

enquanto estou sofrendo

por causa da mesquinhez.

A mãe dela muito riu

e disse: eu já sabia

pois te conheço Maria

e sei que Luiz não viu

porque quando ele dormiu

eu peguei o celular

e pus para carregar

na tomada lá da sala.

Vá ver e depois me fala

se está no mesmo lugar.

O sorriso foi ligeiro

no rostinho de Maria

que correu com alegria

após na mãe dar um cheiro

pensando ser verdadeiro

o local do celular.

Foi na sala procurar

e nas tomadas olhou

porém nada encontrou

começando a resmungar.

Resmungando a gritar

para a sua mãe ouvir

e ir lá lhe acudir

achando o celular

Maria foi perturbar

a mãe, que lá da cozinha

disse: procure sozinha

vá deixando dessas manhas

se eu for aí tu apanhas

e vais chorar quietinha.

Olhou tudo novamente

mas já estava cansada

e pensou ali calada

não serei mais insistente

apanharei bem contente

para ter o celular

e poder enfim jogar.

Vou lá dizer que cansei

que vi tudo e não achei

podes vir me ajudar.

Foi lá a mãe de Maria

e olhou pela estante

achando ele no instante

na tomada que havia.

Maria olhou mas não via

por não saber procurar

preferiu foi apanhar

e hoje recorda bem

quando ensina a quem vem

o olhar para achar.

Amanda Simpatía
Enviado por Amanda Simpatía em 02/12/2023
Código do texto: T7945423
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