O Mestre é inspiração Dos poetas potiguares
Tudo sem preço é barato
Todo Raimundo é Nonato
Diz um dito popular
Que todo Francisco é Chico
Não é fazendo fuxico
Mas eu quero discordar.
Pois eu conheço um Francisco
E com certeza me arrisco
Afrontar os meus rivais
Neste escrito que dou fé
Pra justificar que ele é
Diferente dos demais.
No Clã Texeira de Melo
Onde a convergência do elo
Deu-se em Lagoa do Mato
O seu torrão natalino
Vive lá desde menino
Satisfeito e muito grato.
Um pedaço do Nordeste
Rincão de cabra da peste
Comedor de mocotó
Do Rio Grande do Norte
Mais um brasileiro forte
Das terras de Mossoró.
Quem souber mais me reprove
Nasceu em quarenta e nove
Filho de um ex jogador
Aos vinte e um dias de outubro
Quanto mais leio descubro
Sua grandeza e valor.
Aventureiro esportista
Explorou como ciclista
O Nordeste brasileiro
Com traços imprecionistas
E também surrealistas
Vem o poema primeiro.
Antes historiador
E belo compositor
Aprendeu xilogravura
Também era bacharel
E para compor cordel
Estava pronta a mistura.
Compondo com perfeição
E pondo em sua canção
Muita musicalidade
Somente após os quarenta
O poeta não se aguenta
E a poesia lhe invade.
Foi SONHO MEU, o primeiro
Um poema condureiro
Que projetá-lo viria
Pro sucesso mais à frente
Dando ascensão ao docente
No mundo da poesia.
Pra destacar a importância
E mostrar a relevância
Deste ilustre menestrel
Recebeu com honraria
Convite da Academia
Brasileira de Cordel.
Um pesquisador de fato
Seu conhecimento nato
Falando em desigualdade
Destaca o capitalismo
Descreve o socialismo
Com muita propriedade.
Narrando o meio ambiente
Ele está um passo à frente
Isso eu falo e tenho prova
E retratando a miséria
Ninguém descreve a matéria
Como o próprio nos comprova.
Um almanaque em ativa
Uma enciclopédia viva
É um jornal ambulante
Best-seller celetivo
Um documentário vivo
Seu conteúdo informante.
Presumo que qualquer dia
A nasa da poesia
Vai ter quer analizar
Para descobrir quem somos
Um por um os cromossomos
Do poeta popular.
O genoma do poeta
Em formação se completa
A gênese da poesia
Genética e DNA
Juntam-se as células que há
Faz-se o núcleo em primazia.
Quando os gametas dos gênios
Formam um, dura milênios
Que o zigoto é diferente
E com muita precisão
Gera-se o mega embrião
De um cantador de repente.
Em suas variações
São diversas proporções
De talentos suntuosos
E pra consagrar o artista
Nasce assim um cordelista
Com os dons mais valiosos.
Nem a ciência poética
Na soberania da ética
Pode explicar essa lenda
Uma jóia do Nordeste
Que de maneira inconteste
Tem merecido a comenda.
Que é o reconhecimento
Por todo merecimento
Do seu trabalho profundo
Sendo base de pesquisa
Informa e conscientiza
Em várias partes do mundo.
De forma espetacular
Todo reduto escolar
Pensando em literatura
Faz de modo bem certeiro
Trazer seu nome em primeiro
Para as aulas de cultura.
O vate virou um mito
Seu legado está escrito
Por toda essa região
Lembrança para o mais velho
E pro jovem o evangelho
De cordel e de canção.
Sua verve é uma mina
Clara, pura e cristalina
Fazendo o verso jorrar
Rouxinol que nos encanta
Um curió quando canta
Com seu belo declamar.
Sabiá de canto fino
O poeta nordestino
Recebeu com emoção
De lembrança ilustrativa
O vulgo de Patativa
Dessa nova geração.
Falar desse camarada
Foi a barra mais pesada
Que até hoje eu encontrei
Pois pra ser justo e preciso
Quanto mais leio e pesquiso
Menos dele acho que sei.
Com redação sugestiva
Sua verve nos cativa
Em rima e filosofia
Florindo nosso campestre
Esse bardo é um Grão Mestre
No campo da poesia.
Ele é um ser diferente
Muito capaz, competente
No que faz e mentaliza
Seu verso é feito chanel
Tem a doçura do mel
Com o olhar da Monaliza.
Tem o brilho dos cristais
O valor dos minerais
Contem essência de flores
É "um tango dentro d'alma"
Das melodias que acalma
O prelúdio dos amores.
A CASA QUE A FOME MORA
Todo mundo escuta e chora
Porque tem muita emoção
Com filial e matriz
Escreveu e foi feliz
OS ANIMAIS TEM RAZÃO.
AS SEIS MOEDAS DE OURO
Eu considero um tesouro
Para mestres e aprendiz
SETE CONTOS DE MARIA
E o maior da poesia
O POEMA QUE NÃO FIZ.
Para transpor universos
Tem POR MOTIVOS DE VERSOS
Um trabalho genial
Virou pra mim um xodó
DEZ CORDEIS NUM CORDEL SÓ
Um conto fenomenal.
Faz vinte e um anos que estudo
Lendo e processando tudo
Na CPU da memória
Mas nem o HD da mente
Guardará conformemente
Tão ilustre trajetória.
Pra quem degusta cultura
Eu sirvo literatura
Em cordel, livros e disco
Que tem num cardápio só
Banquete de Mossoró
Do mestre Antonio Francisco.
FIM.