Homenagem à Minha Avó no Dia dos Avós

Na minha casa de taipa, vou contar uma estória,

De um tempo que não volta, de glória e de memória.

No Dia dos Avós, cantemos com fervor,

Em versos antigos, de respeito e de amor.

Minha avó, uma dama, de doçura e candura,

Guardava nas vestes a mais terna ternura.

Com sua bata rendada e cabelos de neve,

Nos abraçava fortemente, que alegria leve!

Nosso passo miúdo, na estrada de chão batido,

À casa da vovó, o coração em alvoroço.

O sol abrasador, a tingir o horizonte,

Mas a bênção dos avós, que doce, que fonte!

Num linguajar antigo, dizia com louvor,

"Bem-vindos, meus netinhos, meu tesouro, meu amor!"

E do seu avental, um tesouro ela trazia,

Duas balas coloridas, que festa, que magia!

Era tudo que tinha, mas sempre compartilhava,

A ternura da avó, com doçura entregava.

E na roda de histórias, à noite, à luz da vela,

Cantava antigas canções, era ela uma donzela.

Oh, como eu queria, mais lembranças guardar,

Do colo da avó, do seu jeito de amar.

Mas a vida é um rio, que corre célere e veloz,

E o tempo levou embora, o que eu não quis, veloz.

Hoje, sua memória, num canto do meu ser,

É um raio de sol, um afago no viver.

Guardo o sabor das balas, que dela recebi,

No Dia dos Avós, celebro e agradeço, sorri.

A saudade é um laço, que o tempo não desfaz,

E mesmo com lembranças poucas, sua luz sempre me traz.

No Dia dos Avós, um cordel em sua homenagem,

Ao céu envio um sorriso, minha doce avó, que coragem!