CHEGANO NA CAPITÁ

Quando de lá da terrinha eu parti

Não me entendia por gente,

E bem pequena chegano aqui,

Ainda trocano os dente.

Maldade de lá eu não trusse

Vestia apenas uma calcinha folete

Vim de peito aperto, liralmente.

Viemo a famia inteira, uma ruma de gente.

Painho, cum sete maluvido, nos assento grudano catota.

Arre raça que fazia zoada, em tempo de painho daná uma pisa.

Viemo num fretado arrochado, uma quentura da molesta.

Trovemo, rapadura, banana da terra, farofa, galeto assado e jabá.

Tudo pra na viage nós merendá

E foro 3 dias de saculejo, pra nessa biboca chega.

Desembarcano no Tietê, onde fumo alvo de chacota

Pra escapar da escada engole gente, era só no pinote

E tinha um povo metido a besta, que da nossa fala só mangava.

Eu já lhes contei que mainha veio na frente?

É o que desse tempo alembro, mas só pra aviar essa prosa.

São Paulo é um sutiã, que nos podia se joga nele.

Era o conselho que pra nós maínha dava

Nisso que fui perdeno as memória, o sotaque foi no lote.

Com tudo que de lá eu perdi, mainha foi na levada.

Arre que de maínha só ficou foi saudade.

Avalie, que tristeza arretada.

Anna Lima
Enviado por Anna Lima em 20/01/2023
Reeditado em 20/01/2023
Código do texto: T7700253
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