FERROU-SE "O CABEÇA BRANCA".

Cabeça branca estava curtindo a vida,

Fazendo farra com a lancha em alto mar,

E seu iate cheio de mulher bonita,

E o bolso cheio de dinheiro pra gastar,

E o velhote ia assim passando o tempo,

Só na farras se mostrando nos eventos,

Nas curtições quase sempre a cantar.

Muita cerveja e também mulher bonita,

E tantos outros só pra lhe lisonjear,

Champanhas caras e charutos importados,

Tantas fortunas para o velhote se mostrar,

Toda equipada sua lancha era observada,

Em qualquer porto onde a lancha atracava,

Cabeça branca muitos vinham lhe abraçar.

Há vida boa! Muitos dele tinham inveja,

Só pela vida que passava em farrear,

Ninguém ligava para gastos e despesas,

Tudo era bancado pelo velho marajá,

Vida de farras desperdícios sem limites,

Seus companheiros com enorme apetite,

O assediavam pra sua grana gastar.

Mas nesse mundo o que é bom dura pouco,

Devagarinho sua tal fonte foi minguando,

E o tal velhote sem saber que sua esposa,

Estava sempre ao tal velhinho observando,

Ficou na espreita que nem a cobra na moita,

E um certo dia igual uma onça afoita,

Uma cilada pro velhote estava armando.

Um belo dia quando a farra estava em alta,

Aproximou-se como quem nada sabia,

Entrou na lancha de maneira disfarçada,

Pois no ambiente ali ninguém a conhecia,

Minuciosamente ali tudo observou,

Como a tal Farra ninguém a notou,

E o tal cabeça branca de nada desconfia.

Pois assim sucedeu que numa noite,

Quando tudo parecei está normal,

Uma pequena fumaça invadiu o ambiente,

Tudo era alegria e ninguém previa o mal,

E a situação foi aos poucos piorando,

E o que era só vestígio foi agora se tornando,

Causando enfim uma destruição total.

Deixando assim no ar apenas a indagação,

Será que vale apena uma vida de festanças,

Enfim essa metáfora cantada a alguns dias,

Fazendo a mulher queimar a sua lancha,

Deixou esse velhote já pobre e sem nada,

E o tal cabeça branca em vida desgraçada,

Tendo esse episódio guardado na lembrança.

Final da história voltam todos à estaca zero,

Fez-me lembrar o grande e sábio Salomão,

Pois escreveu que tudo aqui é vaidade,

E que o dinheiro faz na vida um turbilhão,

E nesse mundo pouco a pouco tudo passa,

Fama e fortuna um dia vão virar fumaça,

Que no fim da saga todos mudam de refrão.

E desse jeito os que cantavam de alegria,

A festejarem tantos dias de bonanças,

Viverão tristes abatidos e sem vontades,

E de tais dias guardarão só as lembranças,

Os que o conheceram nessa vida a festejar,

Com o peito dolorido com certeza vão falar,

Agora quem não tem nada é o cabeça branca.

Cosme B Araujo.

28/12/2021.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 28/12/2021
Reeditado em 28/12/2021
Código do texto: T7416681
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