O ROLO DO FILME DA EXISTÊNCIA
"DEZ ANOS NA MONTANHA"
O menino e a constância
Coimbra - edição 210119
Fui acordado por um menino
Quando um sono eu dormia
Sob um buritizeiro,
Dali eu segui com ele
Sem ter destino certeiro
No horizonte que eu via
Percebi que o menino
Tinha muita sabedoria
01 E ssim..eu perguntava
Sobre as coisas que eu via
Que a estrada era o mundo
Aquilo eu percebia
Mas eu ficava intrigado
E até meio assustado
Com o mistério da via
Que nos levou sem eu saber
A entrarmos numa montanha
Lá dentro tinha uma sala
Onde passamos a conversar
02 Para uma explicação
Mais fácil de me falar
Ele me mostrou um rolo
De película de filmar
Disse que era o roteiro
De um filme por inteiro
Da EXISTÊNCIA a constar
03 E tudo o que ali eu via
Na montanha da CONSTANTE
Estava dentro do filme
Pra sequência do instante
Cuja projeção em tela
Pela luz ao incidir nela
Era a ação DETERMINANTE
04 Compreenda, ó Peregrino
Que o mundo, e tudo mais
E como um filme pronto
Com teores capitais
Onde do começo ao fim
Deus sabe tim por tin-tim
Tudo o que na tela vai
05 05 Cada quadrinho do filme
Tem ação e componentes
Tudo já foi construído
Pelo Eterno Deus vivente
Mesmo as ações humanas
Deus sabe os seus programas
Antes do instante presente
06 A cada trecho do filme
Que há de ser projetado,
Sempre fica no presente
Cinema não tem passado,
Também o tal de futuro
Para Deus não é escuro
Tudo Lhe é revelado
07 -Deu pra você entender
A lógica da existência?
Ela tem o seu princípio
Também final de sequência
Mas para sintetizar
Sobre o filme a falar
Vamos pra outra valência
08 A estrada que tu vês
É a construção geral
Nela há os movimentos
E componentes total
A montanha tudo engloba
Não há falta e nem sobra
De planetas ao astral
09 Nela consta a natureza
Matas-e rios correntes
Ficam na face da Terra
Ostentando fielmente
Também há os movimentos
De prazeres e tormentos
De todo animal vivente
10 A montanha da existência
Está sendo percorrida
Pelo ponteiro do tempo
Marcando a hora ocorrida
Tudo, pois está montado
Mas Deus tomou o cuidado
E ocultou essa lida
11 A humanidade pensa
Que vivem o livre arbítrio
Entretanto cada instante
Que um trecho é percorrido
Todos acontecimentos
Já estão nos movimentos
Que virão e que são idos
12 O filme, e a montanha
Tem a mesma compreensão
Em ambos a DETERMINANTE
Faz a revelação
Seja na estrada a avançar
Ou na tela a projetar
Do TEMPO é ela-a ação
13 -Ponha bem em sua mente
Ó notável Peregrino
A CONSTANTE está num filme
Ou estrada sem destino
Com seu término de roteiro
Quando apontar o ponteiro
DETERMINANTE do fim
14 Lá, ao final das quebradas
Ou do filme em projeção
Se ajuntarão as estrelas
Com planetas em roldão
Sumirá toda-a existência
Homens, coisas e ciência
Num vazio SEM PREVISÃO!
15 Quem vive ou ainda irá
Por este mundo viver
Já tem seu roteiro feito
Antes mesmo de nascer
Portanto, ó peregrino
A existência e o destino
Seguem juntos até morrer!