"Pra falar de Virgulino"

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Hoje eu "malavantei"

Pra cumprir o meu destino

Arreparei o sol queimando

Estalando em desatino

Sapecando toda a terra

Tornando cascalho fino

Botei logo meu chapéu

Improvisei um cordel

Pro Capitão Virgulino

Arrepare no retrato

Nessa chapa bem batida

Que me deixa abunitado

Essência bela da lida

Com jeito de cangaceiro

Que nesse solo brasileiro

Deixa marca bem cumprida

E quem num é de salembrar

Das labutas do Sertão

De macaco e de coiteiro

Dos Cabras de lampião

Os terríveis cangaceiros

Dizaprumados bandoleiros

Que fizeram tremer o chão

Essa tal VIRGULINANÇA

Durará nesse meu chão

Ele será sempre lembrado

Enquanto houver Sertão

Ou quem guarde na memória.

Um pouco da nossa história

Que contam de Lampião

La na feira tem de tudo

Cabaça e favo de mel

Tem rede de caruá

Pulseira e ate anel

Tem até declamador

Poeta e um bom cantador

Lendo folheto de cordel

Um é dois e três é cinco

Assim diz o menestrel

Tira verso de improviso

Chega sacudir o ceu

E assim segue narrando

E o povo alegre comprando

Um bom livreto de cordel

Tem história de Malazarte

Do Padim Cico Rumao

Tem do Capitão Silvino

Getúlio e Frei Damiao

Mas o que mais vende na feira

É a saga cangaceira

Do temido lampião

Corisco Dadá jararaca

A lindeza de Maria

Como cada um viveu

Na luta do dia a dia

A traição e o coiteiro

O embate derradeiro

Entre luta e poesia.

Carlos Silva

75 99883 0637

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 30/07/2021
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