Coroné Elísio

E o povo preocupado com o fim do vigário,

Presenteou o Coroné

Com uma galinha e dois galos

A missão era clara, Seu Elísio, ache o seu Januário

O Coroné preocupado, sem saber o que fazer, saiu noite a fora

Era tudo que tinha a oferecer

O vigário estava sumido, na noite de vendaval

Deixou sua enxada, dois livros e uma bíblia, bem no meio do quintal

O mistério assombrava a todos e deixava em caos a região,

logo o Coroné destemido se desgrenhou com uma 38 na mão.

Chegando na igreja Seu Elísio estremeceu,

achou o vigário com a bíblia aberta bem no livro de Ageu

o versículo era o 69 e foi o coroinha que leu,

Indignado com a cena, bastou o revólver apontar

que correu o vigário sem nem as calças prega

A desgraça tava feita e Seu Januário se arribara,

mas não sabia o Coroné o que ainda lhe esperava

Chegando no quartel, Seu Elísio todo reluzente

ria feito uma hiena chegava a mostrar os dentes, ele disse cada detalhe

mas o povo descrente, não acreditou em uma palavra,

que o Coroné explanava contente

Seu Elísio tentou, falou, gesticulou, gritou e berrou

mas o povo não acreditou,

no fim que o Coroné disse que o vigário levou

O vigário saiu como mártir e Seu Elísio como mentiroso,

mas desde aquele dia o milico, resolvido e sabido

Não atende mais chamado em noites de vendavais

Principalmente se houverem galos, noites e quintais.