" A BREVIDADE DA VIDA".

Uma noite de insônia,

Pus-me então a meditar,

Como em fim essa vida,

É como sopro no ar,

Foi então que decidi,

Após tanto refletir,

De uma forma singular.

Essa vida é como a erva,

Disse o grande pensador,

Passa como uma neblina,

Consome-se com o calor,

É uma relva no arrebol,

Murcha com o calor do sol,

É simplesmente um vapor.

Murcha como a flor da erva,

Disse a pena inspirada,

É como planta que seca,

Durante a grande estiada,

Só sabemos de onde vem,

Mas aqui não há ninguém,

Que a faça prolongada.

A vida é como vento,

Que se passa brevemente,

Como nuvem passageira,

Que some suavemente,

Ela é o sopro do eterno,

Não há verão ou inverno,

Que a segure felizmente.

E nesse curto momento,

Que vivemos nesse mundo,

Vai se esvaindo o vigor,

Em magias de segundos,

Um a um envelhecendo,

E sem esperar morrendo,

Enrugados e moribundos.

Todo homem quando nasce,

Tem seus dias agendados,

Pelo grande autor da vida,

Como se fossem contados,

Por tanto não há ser vivente,

Que conheça inteiramente,

Quando estes são findados.

Restando apenas ao homem,

Conformar-se com o incerto,

Vivendo da melhor forma,

Debaixo desse universo,

Correndo em favor do bem,

Isso sem escolher a quem,

É a melhor forma confesso.

Mas o certo é entender,

Que tudo aqui vai passar,

Não tem pra onde correr,

Tudo há de se findar,

Quer você queira ou não,

Um dia finda o refrão,

Quando o fôlego cessar.

Fico aqui imaginando,

Qual será o meu legado,

Quando partir desse mundo,

De modo não esperado,

O que outros irão falar,

Quando meus olhos fechar,

Por ter meus dias findado.

E você que está lendo,

Já parou para pensar,

O que você está fazendo,

Dos dias que Deus te dar,

Mesmo que sem entender,

O que semeias irás colher,

Quando seu dia chegar.

Quando jovem tem o homem,

Pensamentos diferentes,

São planos de todas as formas,

Com elaboração frequente,

Porem com passar do tempo,

Planejar vira um tormento,

Pois tudo se vai lentamente.

Assim cada ser humano,

Se esquece de perceber,

Que com o passar dos anos,

Todos iremos envelhecer,

Que a pele nova e rosada,

Vai se tornando enrugada,

Mesmo sem nosso querer.

Músculos fortes e robustos,

Dará lugar a frouxidão,

E as mãos firmes e fortes,

Bem fracas se tornarão,

Assim chegam se os anos,

Adormecendo os planos,

Que tinham toda atenção.

E os cabelos charmosos,

Vão se tornando grisalhos,

Os braços de tanta força,

Não suporta mais trabalho,

Corpo e pernas a tremer,

Faz ao homem entender,

Que se secou como orvalho.

Olhos altivos e espertos,

Pouco a pouco mareando,

Assim ao longo da vida,

Vão-se lentes amontoando,

Até nervos e tendões,

Tornam-se frouxos cordões,

Em dores se acumulando.

Aquela fala aveludada,

Veste-se de rouquidão,

Em declínio seu alcance,

Baixa-se o volume então,

Chega o fim da beleza,

Já não há tanta firmeza,

Pra tal comunicação.

Afrouxa-se pele do rosto,

Escurece a cada olhar,

Tremulam nossos joelhos,

Num compassado andar,

Quase não se ouve a fala,

Valemo-nos das bengalas,

Para um curto caminhar.

Esse então é o resultado,

Nos embates desta guerra,

Nascer, crescer e morrer,

Assim todo plano encerra,

Embora contra vontade,

Mas é assim na verdade,

O fim do homem na terra.

Cosme B Araújo.

17/04/20

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 17/04/2020
Reeditado em 21/07/2021
Código do texto: T6920187
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