LAMBADAS DA VIDA
LAMBADAS DA VIDA
COIMBRA (ZOLOÉLO) 280920171245
01 Das lambadas que levei
Nessa vida de peão
Quero aqui relatar
Numa breve descrição
Pois desde que-era menino
Quando eu tinha algum arrimo
Logo eu caía no chão
02 Em toda árvore frondosa
Eu gostava de subir
Mas sem prática de macaco
Muitas vezes fui cair
Na queda me machucava
Mas quando a dor passava
Eu voltava a repetir
03 Todos-os lagos que-eu via
Neles me punha a nadar
E tendo aquela mania
Quase estive a me afogar
São lembranças das burrices
Que na minha meninice
Sempre estava a aventurar
04 Minha vida era vagar
Pela ampla região
Que pela banda do norte
Tinha serras e grotāo
As vezes eu ia pro sul
Contemplando o céu azul
Nas planícies do sertão
05 Entretanto eu sonhava
Um reduto conhecer
Na banda que nas manhãs
Sempre eu via o sol nascer
Era a região ao leste
Onde um bosque de cipreste
Tinha beleza a conter
06 De tais pontos cardeais
Para oeste pouco eu ia
Aquilo porque lá perto
Grande cidade existia
E por gostar mais do mato
Eu procurava de fato
Só vagar por onde havia
07 Por eu ser aventureiro
E gostar da liberdade
Em festejos eu não ia
Nem em praças da cidade
Mesmo levando lambadas
Eu andava nas estradas
Com energia e vontade
08 Também nos céus eu voei
Em meu viver peregrino
Até que enfim me encontrei
Com Cristo o Rei Divino
Parei com minhas vaganças
Tendo reais esperanças
De no céu ter meu destino
09 Porém as minhas lamúrias
Iriam continuar
Novas formas de açoite
A vida pôs-se a me dar
Pois a responsabilidade
Passou a ser na verdade
A forma de me obrigar
10 Aos vinte oito anos
Vim por fim a me casar
Sendo a partir de então
Responsável por um lar
Tendo na congregação
Sempre nova direção
Pra vida continuar
11 Como citei no início
Dessa composição
Esta vida é um rebolado
Com saltos da ilusão
Pra não cair do cavalo
Temos que manter o embalo
Com perícia de pião
12 Não é fraqueza do corpo
E nem a força de gente
Mas é o poder do espírito
Que está em nossa mente
Se ele estiver ativo
Atuante, e em Deus, vivo
Nosso poder é potente!