CORDEL – Mote – O Supremo decidiu – Separar do bolo o sal – 25.04.2018 (PRL)
Não sou político. Até detesto a atividade. Já fui indicado até para ser deputado, todavia nunca quis, até por que a campanha seria financiada, e eu não entro nessas coisas. Mas isso no tempo em que era gente. Também não sou filiado a partido algum, vivo independente. Aprendi a só contar com aquilo que é meu, que eu ganho honestamente. Também nada tenho contra esse ou aquele político, eis que não conheço quase nenhum. Do jeito que as coisas andam, quer-me parecer difícil qualquer solução pacífica que não passe por um entendimento amplo, independente de cores partidárias e de ideologias, eis que necessitamos de pacificação nacional, cujo país está sentindo falta de comando, de responsabilidade, crise de autoridade. Meu trabalho de compor esse pobre cordel é apenas porque ainda existe em mim um pouco da responsabilidade e da moralidade que me levou a exercer altos cargos de mando na instituição a que pertenci. Não estou aqui para agradar, e sei que alguns amigos (?) podem até ficar magoados comigo, mas paciência.
CORDEL – Mote – O Supremo decidiu – Separar do bolo o sal – 25.04.2018 (PRL)
Oitavas de sete sílabas poéticas
Esquema de rima ABABCDCD
Um assunto muito sério
Resolveu o Tribunal
Sempre naquele critério
Dando vantagem ao mau
A tese boa caiu
Foi festa lá no arraial
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(2)
Como numa feijoada
Temperada com pimenta
Que não queima quase nada
Tem gente que não aguenta
Quando o molho evoluiu
Isso é bem artesanal
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(3)
Como se fosse possível
Tirar o sonho da mente
Claro que não é plausível
Como pensa muita gente
Nos votos se dividiu
Em decisão abissal
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(4)
Veja então quem aguenta
Apartar nossa coluna
Do corpo que ela sustenta
Seria gasta fortuna
Isso nunca se admitiu
Pois é antinatural
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(5)
Mas fatiar um processo
Por causa d’alguma prova
É um sinal de regresso
Pra todos é coisa nova
Mas o dinheiro existiu
Uma despesa ilegal
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(6)
O que nos causa estranheza
Nessa tal desconfiança
O sabido faz riqueza
O pobre entra nessa dança
Recibo não se exigiu
Mas foi desvio informal
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(7)
Mandou para nova Vara
Em São Paulo Capital
Penso vão quebrar a cara
Uma jogada anormal
A sumidade ruiu
Nada de intelectual
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(8)
Dinheiro não tem carimbo
Corrupção não dá recibo
Vamos ficando no limbo
Estamos já sem estribo
A verdade é que sumiu
Vamos cair do animal
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(9)
A justiça noutra vara
Merece ou não confiança?!
Mas o povo tem a tara
Em apoio à liderança
É que a militância agiu
Fez um grande carnaval
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(10)
As caravanas chegaram
De roldão em Curitiba
Junto à PF acamparam
E de lá ninguém arriba
O que de bom se extraiu
Em derradeiro afinal
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(11)
E por falar em pimenta
No rabo d’outro é refresco
A hemorroida arrebenta
Esse negócio é burlesco
Nos protestos do Brasil
Ninguém gostou no geral
O supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(12)
Mas nós temos solução
Pra esse impasse difícil
Mexer na Constituição
Inteligente artifício
Enquanto inda tem pavio
Pra acender o astral
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(13)
Basicamente seria
Uma emenda até simplória
A intervenção morreria
Os políticos na glória
Quem pelo povo subiu
Mesmo até municipal
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(14)
Ficaria bem acertado
Extinguindo-se os processos
Num feito bem arretado¹
Merece pagar ingresso
Queimar tudo que se viu
Pois o processo é mortal
O Supremo decidiu
Separar do bolo pó sal
(15)
Mas só falta um detalhe
E qualquer que fosse o ex
Que a emenda não atrapalhe
Ajudaria o freguês
Ninguém se prostituiu
Nesse país infernal
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(16)
Já que essa prova não serve
De logo se deveria
Ver se o Marcelo se atreve
Algemado o levaria
Pra recontar se mentiu
No tristonho lamaçal
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
(17)
A delação cancelada
Voltaria pra cadeia
De calça toda cagada²
Claro que não titubeia
O que disse poluiu
Mas não é débil mental
O Supremo decidiu
Separar do bolo o sal
Ansilgus
Fonte da footo: INTERNET/GOOGLE
(¹) – Legal, bom, etc.
(2) – Besteira, merda, etc.
28/04/18 10:02 - Fernando A Freire deu sua opinião, meu abraço:
Entender eu não consigo:
foi condenado um réu
ou um político inimigo?
Fosse um réu, a Lei valia,
e a Carta Magna seria
da balança o seu fiel.
Mas não foi, foi uma trama
e se o Supremo reclama
é cumprindo o seu papel.
Do bojo dessa sentença
Pedro Corrêa atuou
com mentiras e ofensas
mas das grades se livrou
Cumpre pena em residência.
O PP que presidiu
está na proa do Congresso
posição que conseguiu
por ter dinheiro em excesso.
Agora, Ansilgus, imagine
se ladrão muda de ideia
Vai botar a filha, Aline
deputada na Assembleia.
Se lei forte é delatar
um "inimigo" antipático,
tudo vai continuar.
Político é "quem foi será"
não tem "mudança de hábito".
FECHADO PARA NOVAS INTERAÇÕES