T31 TÉRMINO DE TEMPLO 1992 o pulsar

T31 TÉRMINO DE TEMPLO

1992 o pulsar de um coração

Coimbra RDAH 050220182053

01 Falando ainda em areia

Para aquela construção,

Como lá nas Caatingas

Não fizemos extração,

Para as veredas partimos

Com o fim de conseguirmos

Encher nosso caminhão

02 Para ensinar o caminho

Um irmão se apresentou

É logo irmão Toninho

O Mercedes acelerou

Em meia hora chegamos

No lugar que projetamos

Beirando um rio que secou

03 Para encher o caminhão

Todos se prontificaram

Cada um com uma pá

Logo o carregaram

Por falta de ferramenta

Alguns fizeram lamenta

Visto que não trabalharam

04 De minha parte fiquei

Tocando a boa SOFRIDA

Enquanto areia colhiam

Eu louvava o Deus da vida

Foram momentos de malho

Todos num belo trabalho

Que alegrava a lida

05 Depois da carga completa

Teríamos que retornar

Entretanto nosso guia

Que ali foi nos levar

Pediu para irmão Toninho

Tomar um outro caminho

Dizendo que ia atalhar

06 Foi assim que à direita

Por uma estrada entramos

Rodamos por meia hora

Quando num valo chegamos

Era um impróprio ponto

Onde houve um desencontro

É quase não atravessamos

07 Foi preciso muito jeito

Pro caminhão se safar

Pois suas rodas traseiras

Ficaram pensas no ar

Tal fato deixou Toninho

A maldizer o caminho

Sem jeito de retornar

08 Só depois de muita força

Que cada um aplicou

Foi que o pesado caminhão

Do engastalho safou

Enquanto que o irmão guia

Uma visita fazia

Para o fato nem ligou

09 Por hora e meia ficamos

Envolvido no "atalho"

Na verdade nossa volta

Foi mesmo um atrapalho

Com o caminhão pesado

Nos perdemos no cerrado

Do guia, doíam os calos

10 Somente no entardecer

Quando-o sol já entrava

Foi que chegamos na obra

Pra ver se descarregava

Toninho se atribulou

Com o irmão que nos guiou

Foi mesmo uma coisa brava

11 Mas enfim o suprimento

De areia ficou feito

Pra obra continuar

O Senhor foi dando jeito.

Naqueles meses seguintes

Ultrapassaram as vinte

Minhas idas em tal eito

12 No ano noventa e dois

Foi o templo inaugurado

Eu não pude estar presente

Por não ter férias tirado

Cheguei até a pensar

Que não ia nunca mais

Naquele sertão do estado

13 Entretanto lá no céu

Deus fizera um decreto

Que eu teria que continuar

Naquele caminho certo

Pra ajudar noutra linha

Na fazenda Cachoeirinha

Outro templo ser aberto

15 Sempre o coração pulsando

A vida continuou

Ao sair do meu emprego

Minhas viagens aumentou

Até o ano dois mil

Mais de sessenta seguiu

Em todas Deus operou.