Lendas do Folclore Brasileiro

Dizem que se uma pessoa

Com gato preto cruzar

Ou, encontrando uma escada

Por baixo dela passar

Ou, se quebrar um espelho

Vai viver com muito azar

No Brasil superstição

É coisa de admirar

As crenças são abundantes

Em todo canto e lugar

E numa, todos concordam

Agosto é mês de azar

Agosto é mês de desgraça

Não se deve viajar

É ruim pra fazer negócio

Também é ruim pra casar

É mês de cachorro doido

Diz a crença popular

Também é mês do folclore

Onde em cada região

Os entes são celebrados

Com temor ou adoração

Mas isso será verdade?

Ou será superstição?

Tem a Mula sem Cabeça

Que é a encantação

Da concubina do padre

E sai na escuridão

Soltando chispas de fogo

Como se fosse um vulcão

Soluçando como gente

E arrastando um arreio

Com o seu pescoço em chamas

É um estrupício feio

Desaparece o encanto

Se lhe tirarem o freio

Lobisomem, Ser Lendário

Outra criatura feia

Durante o dia é um homem

Mas quando se aperreia

Ele se transforma em lobo

Nas noites de lua cheia

Essa lenda brasileira

Cuja sina é muito ingrata

Ataca os seres humanos

Depois foge para a mata

Pra desfazer seu encanto

Só com uma bala de prata

Outro mito brasileiro

O famoso Papa Figo

Parece um homem normal

Mas aí mora o perigo

Se aproxima das crianças

Fingindo que é amigo

Anda com um saco às costas

E uma roupa surrada

O seu jeito bonachão

Serve apenas de fachada

Pois seu desejo é comer

O fígado da criançada

Temos também o Caipora

Outro Ser assustador

Anda montado num porco

E dizem que é protetor

Das aves e animais

Das balas do caçador

Espanta os cães da caçada

Com um som assustador

Ressuscita os animais

Enche as matas de pavor

Mas se lhe derem cigarro

Deixa em paz o caçador

Tem o Saci Pererê

Outro Ser bem conhecido

Ele só tem uma perna

Usa um gorro colorido

Anda fumando cachimbo

E é muito divertido

É um menino travesso

Magro, de baixa estatura

Conhece tudo que é erva

E a doença que cura

Mas se não o tratar bem

Ele apronta travessura

Tem também o Curupira

Veloz como os corredores

Protege todas as árvores

Da foice dos lenhadores

E também os animais

Das armas dos caçadores

Dizem que é um anão

Com cabelos coloridos

Além de muito veloz

Possui os pés invertidos

E todos que o perseguem

Na mata ficam perdidos

A Cuca é uma bruxa velha

Com a voz assustadora

Tem cara de jacaré

E é uma comedora

De criança que não ouve

Os pais e a professora

Domingos Pinto Colchão

É um pinto depenado

Que sai invadindo as casas

Deixa tudo bagunçado

E rouba dos avarentos

Todo dinheiro guardado

O ente, Caboclo D’água

Dos rios é morador

Cria onda e vira os barcos

Solta uivos de pavor

Para proteger os peixes

Da rede do pescador

Dizem que o Boitatá

É uma alma penada

Que pra pagar seus pecados

Rasteja nas madrugadas

Como uma cobra de fogo

Para apagar as queimadas

O seu fogo não se apaga

Nem queima a vegetação

Se você topar com ele

Correr não é solução

Fique quieto e feche os olhos

Pra não perder a visão

Dizem que o Boto é um jovem

Bonito e muito atraente

Que seduz muitas mulheres

Com uma lábia convincente

Depois que as engravida

Vira Boto novamente

Além dos entes citados

Nessa curta seleção

Há outros seres lendários

Pois é vasta a coleção

Do nosso rico folclore

E da nossa tradição

Edmilton Torres
Enviado por Edmilton Torres em 13/09/2017
Código do texto: T6113243
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.