Violeiro
Sentado ali ele estava
Com teu chapéu de palha e tua viola em mãos.
Olhava o céu aberto e por ali viajava,
Vendo as folhas secas caírem ao chão.
Lembrava de tua vida gloriosa,
Quando tocava aquelas modas pelas noites no sertão.
De quando avistava uma moça formosa e soltava aquela prosa
“é aquela senhora que eu ei de laçar".
Subia no palco com o mesmo refrão,
Acompanhado de teu cabra com a sanfona na mão.
Cantava, tocava e as donas ficavam assanhada
E depois queriam ter um romance com seu João.
Mas romance mesmo ele tinha com a viola,
Ela, ele amava de paixão.
Por onde andava a levava, e sorrindo ele cantava
Desta aqui eu não abro mão!
Viola que tenho desde criança,
Está é minha herança que me pai me deu.
Presente abençoado, neste sertão amado onde canto minha prosa!