Ah! Se O Nordeste Da Gente/Fosse Um País Ou Nação
Mote (Silvano Lyra)
Ah! Se o Nordeste da gente
Fosse um país ou nação.
Glosas (Léo Manuel)
Teria ordem e progresso,
Prosperava o crescimento,
Poesia a todo momento,
Em cada canto um verso,
Maravilhoso, diverso,
Do litoral ao sertão,
Encantando o coração,
Versando bem diferente.
Ah! Se o Nordeste da gente
Fosse um país ou nação.
O trabalhador tirava
Da lavoura seu sustento,
Colhendo seu alimento,
Com alegria cantava,
Quando da roça voltava,
Mesa tendo a refeição,
Cuscuz, arroz e feijão,
Bem caseira e diferente.
Ah! Se o Nordeste da gente
Fosse um país ou nação.
A rendeira no senado
Tudo seria perfeito
Matuto sendo prefeito
O vaqueiro deputado
Lutando por seu estado
Neste exemplo de gestão
Honrando sua posição
Com poeta presidente
Ah! Se o Nordeste da gente
Fosse um país ou nação.
No nosso jeito engraçado
Falando o Nordestinês,
Vou explicando a vocês:
Deixa de ser avexado.
Um dialeto arretado
Eu falo de supetão,
Sou matuto do sertão,
Para tudo falo: “Oxente”!
Ah! Se o Nordeste da gente
Fosse um país ou nação.
Mala, nosso passaporte,
Cordel, o livro da escola,
De palha, nossa sacola,
Vaquejada nosso esporte,
Cavalo nosso transporte,
A moeda Gonzagão.
Nossa música, o baião,
E patrimônio, o repente.
Ah! Se o Nordeste da gente
Fosse um país ou nação.
O alpendre da moradia,
Palco de muitas histórias,
Lutas, batalhas e glórias,
Se enfrenta no dia a dia,
A grande sabedoria
Do nosso bom ancião,
No moço bate a paixão
Pela morena atraente.
Ah! Se o Nordeste da gente
Fosse um país ou nação.
Festa, sanfona, cantor,
Cantando baião, forró,
Moça linda, o meu xodó,
Cordelista, trovador
Declamando com amor
Os versos do coração.
No centro da multidão,
O seu semblante contente.
Ah! Se o Nordeste da gente
Fosse um país ou nação.
Eu tenho orgulho de ser
Parte do nosso Nordeste,
Poeta cabra da peste
Versejando com prazer.
Desse jeito vou vencer
Cantando nosso torrão,
Com Deus no meu coração
Improviso meu repente.
Ah! Se o Nordeste da gente
Fosse um país ou nação.