CORDEL XAPURI
meia dúzia de mulheres que valem por mil.
Aqualtune foi a princesa
Foi chefe de liderança
Foi dura com os maus feitores
Carinhosa com a criança
Foi ela quem deu aos negros
O motivo pra esperança
Porém foi prisioneira
Foi escrava e humilhada
Nunca se deu por vencida
Sempre foi inconformada
Ela fugiu pra Palmares
Aonde foi respeitada
Foi sua filha Sabina
Quem deu a luz a Zumbi
Que fez um quilombo forte
Para ninguém desistir
Foi símbolo da resistência
Onde ainda tentam existir
Aqualtune com seus filhos
Liderou e defendeu
e tudo está registrado
Como tudo aconteceu
E parte desses problemas
Essa princesa venceu
Aqualtune era bem forte
Como você percebeu
Guerreou contra os paulistas
Onde a princesa morreu
Agora prestem atenção
Como tudo aconteceu
Zumbi era neto de Aqualtune
E era filho de Sabina
Dandara enchia os olhos
Ainda quase menina
Mesmo com sua rebeldia
nunca fugiu de sua sina
Foi esposa de Zumbi
E se tornou heroína
Era muito sedutora
E foi líder feminina
Também foi capoeirista
Impondo sua disciplina
Dandara não quis ser presa
Não aceitou ser escrava
Pois foi chamada princesa
Com título de mulher brava
Morreu não entregou ninguém
Do povo que tanto amava
Maria Felipa ficou
Morava lá na Bahia
Catadeira de marisco
E assim ela vivia
Não tinha medo de nada
Tinha muita valentia
Vivia em Itamaracá
A ilha foi invadida
Comandou muitas mulheres
Eita mulher destemida
Defendeu a sua ilha
Defendendo a própria vida
Uma frente de mulheres
Índias, negras, e a tribo tupinambá
Construíram suas armas
E começaram a lutar
Travaram a grande luta
Pra defender seu lugar
Usaram todas as armas
Até mesmo a sedução
Embebedaram os portugueses
Queimaram embarcação
Depois lhe deram uma surra
Com cipó de cansanção
A Tereza de benguela
Tinha algo de nobreza
Era forte e destemida
E esbaldava beleza
Nunca se deu por vencida
Lutando em sua defesa
No Mato Grosso foi líder
No quilombo quariterê
Onde hoje é Cuiabá
Como você pode ver
Onde mais de cem pessoas
Se abrigavam pra viver
Ao se juntarem aos índios
Ficaram mais resistentes
Viviam em harmonia
Como se fossem parentes
Com esse respeito mútuo
Todos viviam contentes
A Tereza era demais
Dona da sabedoria
Tinha o esquema da vida
Sua própria filosofia
Podia moldar seu povo
Do jeito que ela queria
Conselheira e raizeira
E muitas vezes parteira
Entendia de política
Recrutava a governança
Vazia do parlamento
A política da esperança
Com sistema de defesa
Lá no seu Quariterê
Cultivava o algodão
Colocava pra vender
Porém uma boa parte
Todos tinham que tecer
E Tereza comandava
O Comércio e a plantação
E tudo que produziam
Era da população
Era tudo dividido
Cada um com seu quinhão
O quilombo de Tereza
Era bem organizado
De certa forma existia
Espécie de deputado
O Zé piolho era um líder
Muito bem conceituado
Mas Zé piolho foi morto
Quando ouve uma invasão
E o quilombo de Tereza
Teve a sua frustração
Porque morreu Zé Piolho
Seu amante e seu irmão
Tereza foi ao conselho
Convocou reunião
Executando em seguida
Com mão forte a punição
E a rainha fez tudo
Por toda população
A rainha sem descanso
Pra conseguir liderar
Enfrentou os poderosos
Pra defender seu lugar
Mas ficou sem a cabeça
Mandara a decepar
Ficou Luisa Mahim
Era da nação nagô
Com muita força e fama
Viveram em salvador
Foi orgulho de seu povo
Por quem só se devotou
Participou das revoltas
Foi famosa na Bahia
O seu povo aprendeu muito
Com sua sabedoria
Entrega os seus bilhetes
Ensinava o que sabia
Estimulava os amigos
Pra comprem a alforria
Para deixar de ter dono
Escapar da tirania
Ela foi até cotada
Pra rainha da Bahia
Seu plano foi descoberto
Por alguém bem futriqueiro
Ela teve que fugir
foi pra o Rio de Janeiro
Mas foi detida e foi presa
Chega o fim do pesadelo
Mas ninguém sabe ao certo
Há uma grande confusão
Se deportaram pra Angola
Se fugiu pro Maranhão
Pertencia ao islamismo
Nunca aceitou ser cristão
Ainda ficou Zeferina
Lutando pela a Bahia
Querendo a libertação
Que seu povo pretendia
Porém com sua pouca força
Seus opressores vencia
Muito jovem ela foi vítima
De um povo sem carinho
Lhe submete ao castigo
Lhe levando ao pelourinho
Lhe deram o que deram a Cristo
A coroa de espinho
Foi uma rainha negra
Valente e com ousadia
Defendendo a raça negra
Por prazer e alegria
Defendendo outros direito
Desse povo da Bahia.