MAR DE ROSAS: MIRAGEM FRUSTADA
MAR DE ROSAS: MIRAGEM
01 Recebi de um menino
Um conselho previdente
Eu jamais pude esquecer
Das palavras concernentes
Pois pra mim foi como luz
De estrela que reluz
Como um sol resplandecente
02 Na verdade a instrução
Que ali me foi passada
Eram ciência divina
Para ser assimilada
Já que o jovem conselheiro
Surgira num nevoeiro
De nuvens no chão baixadas
03 Foi mesmo impressionante
A sua aparição
Pois eu ia caminhando
Sem meta e sem direção
E como néscio andarilho
Eu seguia por um trilho
No rumo de uma atração
04 O dia estava findando
Pois era um entardecer
E eu via no horizonte
O Sol indo se esconder
De repente, uma neblina
Como que vindo de cima
Veio tudo a envolver
05 O sol desapareceu
E tudo que me cercava
Porém a densa fumaça
Com tênue luz clareava
Assim eu podia ver
O que viesse ocorrer
Por perto-de-onde-eu estava
06 Muito surpreso fiquei
Ao ver ali um menino
Tinha aparência de gente
Com um semblante mui lindo
E me parecia ver
Nele resplandecer
Um certo clarão divino
07 Para alguém que aquilo visse
Logo iria pensar
Que era um alienígena
A Terra a visitar
Porém sem ter aparato
Que conduzisse de fato
No espaço a transladar
08 Mas pela bela aparência
Do seu rosto afogueado
Tendo uma feição tão linda
De um ser iluminado
Só podia ser um ente
Humano aparentemente
Mas em um divino estado
09 Dele eu pude ouvir
Com sua voz maviosa
Uma frase bem curtinha
De profecia ditosa
“Proteja a tua fé
E jamais ponha teu pé
Para ir a um mar de rosas”
10 Deixo a divagação
Para o leitor matutar.
De minha parte entendi
O que pude escutar!
Compreendi naquela prosa
Que o encanto das rosas
É a miragem do azar!