Gênesis O Livro Da Criação
Gênesis O Livro da Criação.
Cordel.
Aí Deus criou os céus
Criou a terra também,
E tudo estava vazio
Vistos de lá do além,
Pra que as coisas desse certo
Criou tudo que aqui se tem.
E o poder desse Deus
Sobre as águas se movia,
A terra era um oco só
E nada aqui existia,
E uma escuridão eterna
Era tudo que se via.
Ele então criou a luz
E deu ordem pra separar,
A luz da escuridão
Pras coisas se ajeitar,
E chamou a luz de “dia”
Pra poder continuar.
A escuridão chamou “noite”
Tudo com muita harmonia,
E o dia se completou,
Deus na mais plena alegria,
Houve noite, houve manhã
Nascendo o primeiro dia.
Pra que a terra desse fruto
as águas Deus separou,
Água doce, água salgada,
Na vastidão se formou,
Quando a manhã se fez noite
Mais um dia se criou.
E Deus foi criando tudo
Do jeito que ele queria,
A lua clareando de noite
O sol brilhando o dia,
E Deus foi se agradando
Das coisas que ele fazia.
E em tudo ele pôs vida
Com o poder da criação,
Os peixes enfeitando as águas
Seres viventes no chão,
Aves voando nos céus
Com o poder de suas mãos.
E na tarde do sexto dia
Antes da noite chegar,
Resolveu criar o homem
Pra de tudo aqui cuidar,
Foi a imagem mais perfeita
Que Deus resolveu criar.
E foi assim no começo
De quando Deus nos criou,
Num simples piscar de olhos
Da terra o homem tirou,
Deu-lhe o sopro da vida
E daí tudo começou.
E o tempo da criação
Só Deus sabe calcular,
Viu que o homem estava só
Começou a imaginar,
E resolveu tirar do homem
Alguém pra lhe ajudar.
Deus fez o homem dormir
No giro do meio dia,
Tirou osso de seus ossos
Tudo como Deus queria,
Que quando o homem acordou
A fêmea já existia.
Se o macho era bonito
A fêmea era perfeição,
À fêmea chamou de Eva
Ao macho chamou de Adão,
E deu-lhes um paraíso
No inicio da criação.
E tudo ali era deles
Até onde a vista alcançava,
Sem gastar nem um tostão
Dali o sustento tirava,
E foi no jardim do Edém
Onde tudo começava.
E eles podiam comer
De tudo que ali havia,
Onde a fartura era tanta
Que até escolher podia;
Mas da árvore do bem e do mal
Nem chegar perto devia.
E Deus se agradou de tudo
Daquilo que havia feito,
Nos quatro cantos da terra
Tudo a seu tempo e perfeito,
Repousou no sétimo dia
Porque achou de direito.
Quando Deus piscou os olhos
Na hora da criação,
O homem que ele criou
Fez a maior traição,
Que quando Deus acordou
Não tinha mais salvação.
E foi ai que a serpente
Usada por satanás,
Se apoderou da mulher
Para o seu plano sagaz,
Traição, inveja e ódio
Nunca mais tivemos paz.
Os três foram castigados
Conforme a santa escritura,
Onde Deus criou a vida
Para toda criatura,
Satanás criou a morte
E a maldita sepultura.
Tanto poder tem a morte
A vida pouco valor,
Assim como a vida é bela
A morte espalha o terror,
A vida trás alegria
A morte tristeza e dor.
De Eva nasceu Caim
Logo depois veio Abel,
E por causa da inveja
De Caim o irmão cruel,
Eva e Adão beberam cedo
Da morte o amargo fel.
E depois do acontecido
A maldição começou,
Onde tem vida tem morte
Deus assim determinou,
Um castigo merecido
Pra todos de igual valor.
Seja rico, ou seja pobre
Não importa a condição,
Se fez bem ou se fez mal
Se é ateu ou cristão,
Seja branco ou seja negro
Vai pra debaixo do chão.
Se a morte lhe encontrou
Não adianta espernear,
Nem dizer que ali não é hora
Da triste hora chegar,
A morte não manda recado,
E chega sem avisar.
Daí as guerras começaram
Espalhando a destruição,
Separando mãe de filho
Sem ter porque nem razão,
É filho matando pai
E irmão matando irmão.
Foi assim desde o começo
Mas agora é bem pior,
Guerra e morte andam juntas
E numa tacada só,
Tira duas três mil vidas;
É coisa de fazer dó.
É velho, criança ou moço
Doente, são, ou aleijado,
A morte não faz perguntas
E nunca manda recado,
Ela mesma faz o serviço
Que até Deus fica pasmado.
Usa o homem contra o homem
Pra espalhar ódio e terror,
Faz branco brigar com negro
Na guerra do desamor,
E a morte dando risada
Mata o resto que sobrou.
E Deus não se agradando
Das coisas que havia feito,
''Destruirei o que fiz.”
Não encontrou outro jeito,
Acabou por encontrar
Um homem justo e direito.