RIO CACHOEIRA

Vamos à beira do rio
onde a espuma se refaz
urubus em vôos rasantes
pairam na beira do cais,
e o robalo desgostoso,
nessas águas não tá mais.

Peixes de toda espécie
nadavam no igarapé,
mas o poder destruidor
que vive na marcha ré
com a fúria predatória
exterminou o tucunaré.

O verdejante jasmim
que aromatiza o rio Cachoeira
é trocado pelo esgoto
da turma da sujeira,
enquanto dorme o ambientalista
na noite escura da leseira.

O nosso amado rio Cachoeira
é tratado também,
como depósito de lixo,
como esgoto e com desdém
pela escória inconsciente
que só ama o que não tem.

Ó ilustre Cachoeira,
meu querido e grande irmão
Já te cansastes do desprezo
de tanta devastação, a
espuma que tu mostras
é lágrima, lamentação.

Excrementos industriais
envenenaram tuas correntes
perante silêncios mórbidos
e olhares negligentes
deste povo que te admiras
só a hora das enchentes.

A saudade nós entristece
ao lembrar tua pujança.
Os olhos se enchem de água
diante da ignorância
e ao coração aflito
resta apenas a esperança.

A esperança de que um dia,
esse povo se dê valor
e te respeite ó Cachoeira
por que és também
um filho do Criador!
Ton Poesia
Enviado por Ton Poesia em 04/02/2016
Reeditado em 04/02/2016
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