A pergunta que faço eu.
I
Me responda se for poeta,
Profissional ou amador,
Cordelista, ou profeta,
Estudante ou professor,
Quem foi que fez o mar,
a floresta, e o condor?
II
Quem deu aos pássaros,
Aos bem ti vis e pardais,
O dom de poder cantar,
E também, poder voar,
Por entre jardins naturais,
Com o beija-flor a beijar?
III
Quem foi que pintou o mar
Algumas vezes de azul,
Outras de um verde azular,
O pôr do sol de laranja,
Antecipando o luar,
Numa aquarela sem par?
IV
Quem fez os rios correrem,
Com cardumes a nadar,
De cores tão reluzentes,
Que ofusca a vista ao olhar,
o chacoalhar intermitente,
Daquelas ondas à beira mar?
V
Quem construiu as montanhas,
E ensinou o lagarto a escalar,
Num sobe e desce parede,
Sem no liso lodo escorregar,
E o balançar de uma rede,
Numa varanda ao luar.
VI
O balançar do coqueiro,
Num vai e vem espalmar,
Como quem dá um adeus,
A ao jangadeiro a zarpar,
Confiante na volta aos seus,
Com alimento a fartar.
VII
Quem foi que pintou de branco,
Os frios alpes além mar,
E também esquentou as lavas,
Dos vulcões, a fumegar,
Quem foi que deu ao poeta,
Este talento à rimar?
VIII
Pergunto mais uma vez,
Quem foi que criou o homem,
E a natureza, tudo fez,
Os animais e o universo,
E deu a inspiração ao poeta,
Para escrever este verso?
IX
Quando vier a tempestade,
Vem logo depois a bonança,
Pode confiar, é verdade,
Porque o criador é esperto,
Arquitetou sua obra,
Sem contratar arquiteto.
X
As respostas às indagações,
E perguntas que faço eu,
Estão em todos corações
e mentes dos filhos seus,
que entre outras obrigações,
devem crer que existe: DEUS.