BARÃO DO SOLIMÕES, NOVENTA ANOS EDUCANDO

Temos a convicção

Que estamos contribuindo

Para o direcionamento

Do que estamos construindo

Rumo a novas posturas

E diferentes culturas

Que estamos adquirindo.

Estamos nos referindo

Ao BARÃO DO SOLIMÕES

Uma escola que ensina

Desde antigas gerações

Sempre com o mesmo motivo

E o mesmo objetivo:

Educar as multidões.

O Barão do Solimões

Um nome bem escolhido

Assim como esse título

Também foi bem concedido;

Manoel Francisco Machado

Foi um cidadão honrado

Em todo e qualquer sentido,

Em Óbidos foi nascido

Às margens do Grande Rio

Do Pará por nascimento

Do Amazonas por brio

Não é filho de Rondônia

Mas é filho da Amazônia

A quem muito ele serviu.

A nossa escola surgiu

Devido à necessidade

De educar as crianças

De uma comunidade

Que àquela época nascia

Demonstrando que seria

De grande prosperidade,

E nessa comunidade

Que todos levavam fé

Depois virou Território

Federal do Guaporé

(A quem todo louro encerro)

Nascia uma estrada de ferro,

A MADEIRA MAMORÉ.

O povo levava fé

Pelo desenvolvimento

Da vila de Porto Velho

Em vias de crescimento

E veio a ser afinal

Essa grande capital

Que hoje cresce a contento.

Pra seu desenvolvimento

Nos tempos iniciais

Criaram-se três escolas

Com fins educacionais:

A Escola Rui Barbosa

E a Jônatas Pedrosa

Essas não existem mais.

Nos tempos iniciais

Essa escola prosperou

A Madeira Mamoré

Há tempos que se acabou

Não teve perseverança

Restou somente a lembrança,

Mas nossa escola ficou.

Uma dúvida se criou

Sobre sua criação

Porém valeu o propósito

Pela boa educação

Havendo então um consenso

Pois onde existe bom senso

Há sempre boa união.

O ano da criação

Dezesseis foi descartado

O ano de vinte e dois

Que também foi cogitado

Chegando então com afinco

Ao ano de vinte e cinco,

Está nos livros registrado.

Tendo sido inaugurado

Com toda honra e glória

A dezenove de agosto

Em sua sede provisória

Na Rua José de Alencar

Começa a funcionar

Iniciando sua vitória.

O início da história

As aulas iniciadas

Sessenta e quatro crianças

Estavam matriculadas

Um preliminar, primeiro,

Um segundo e um terceiro,

Quatro salas separadas.

Começa então a jornada

A educação avança

Professores empolgados

Com muita perseverança

Ao seu alunado ensina

E o ano já termina

Com noventa e duas cianças.

Precisou fazer mudança

Por outras motivações

Ao lado do Salesiano

Teve suas instalações

Talvez seja esse argumento

Que dividiu o nascimento

Do Barão do Solimões.

Para outras instalações

Teve depois que mudar

Lá na Sete de Setembro

Com Avenida Farquar

Foi em Casa de Madeira

Onde pela vez primeira

Começou a se ampliar.

Dali para este lugar

Nossa sede permanente

Foi uma luta ferrenha

Que ocupou muita gente

Com campanhas financeiras

Ajudas alvissareiras

Teimosias persistentes.

E chegamos finalmente

A isso que aqui está,

Um prédio que encanta os olhos

De quem vem nos visitar

Com a metodologia

E a tecnologia

Que é preciso pra educar.

Vale a pena registrar

Dois fatos acontecidos

Envolvendo nossa escola

Que nos deixa envaidecidos,

Mesmo sendo no passado

Estão nos arquivos guardados

Pra jamais serem esquecidos.

O primeiro acontecido

Foi quando Mário de Andrade

Um escritor modernista

Passando nesta cidade

Nossa escola visitou

E muito elogiou

A nossa capacidade.

Elogiou a cidade

Por sua perseverança

Elogiou a escola

Pelo trato com a criança

A educação promissora

E elogiou a professora

Pela sua elegância.

Já não há tanta criança

Hoje é tudo adolescente

Mas se ele voltasse hoje

Vendo esse corpo docente

Se apaixonaria por certo

Ante esse grupo seleto

Bonito e inteligente.

Também quando o Presidente

Getúlio Vargas criou

O Território Guaporé

Em nossa escola empossou

Pela sua vez primeira

A Aluísio Ferreira,

O nosso governador.

Esse fato nos deixou

Cheios de felicidade

Vendo a escola repleta

De toda sociedade

Não somente de Rondônia

Mas de toda Amazônia

Com garbo e civilidade

Usando da autoridade

Que Getúlio lhe outorgou

O governador Ferreira

O momento aproveitou

Que já estava empossado

E ao seu secretariado

Aqui mesmo empossou.

A posse se realizou

Em meio a grande aparato

Vinte e quatro de janeiro

No ano quarenta e quatro

Do século mil e novecentos

O maior entre os eventos

Que aqui já houve de fato.

E nesse grande aparato

Apareceu muita gente

Lá de Guajará-Mirim

Veio um grande contingente

Porto Velho que aguardava

O evento tambem estava

Em nossa escola presente.

Barão do Solimões sente

Prazer imenso e ufano

Pois seu patrimônio histórico

E cultural todo ano

No rol da fama mergulha,

Mas o que mais nos orgulha

É o seu patrimônio humano.

Entrando e saindo ano

Geração a geração

E o Barão do Solimões

Promovendo educação

Contribui com seu talento

Para o desenvolvimento

De toda essa região.

Quando a população

Não era o que hoje é,

Quando tudo era começo,

Nossa escola fez mister

Construindo a educação

Dos filhos da construção

Da Madeira-Mamoré.

Nessa profissão de fé

O tempo foi se passando

A escola foi crescendo

Novos estilos criando

E na marcha do progresso

Aluno que fez sucesso

Se encontra de vez em quando.

Como exemplo vou citando

O menino Chiquilito

Aluno em cinquenta e oito

Ainda bem piquitito,

Grande popularidade

Gozou em nossa cidade,

Na política fez bonito.

Assim com Chiquilito

Houve outros figurões

De grande fama e renome

Que entre esses paredões

Também formaram fileiras

E esquentaram as carteiras

Do Barão do Solimões.

Mesmo quem tem condições

E abastada situação

De pagar outras escolas,

Põe os filhos no "Barão"

Pois por aqui já passou

E reconhece o valor

Pela sua formação.

Desde sua fundação

Até a data atual

O Barão do Solimões

Tem propósito social

De promover seus eventos

Sobre os acontecimentos

Da história regional.

Há um ditado banal

Que o Brasil não tem memória

Tradições não se respeitam

Degladiando a história

Grandes acontecimentos

Caíram no esquecimento

Num abandono sem glória.

Porém a nossa memória

Precisa ser preservada

Nossos fatos regitrados

E nossa história contada

Pois estes são nossos planos,

Daqui a noventa anos

Sempre estar sendo lembrada.

Nossa escola bem amada

Gloriosa na educação

No esporte e na política

Merece toda atenção

Pois faz parte do evangelho

Seguido por Porto Velho

Rondônia e toda região.

Hoje nossa situação

Grande progresso alcançou

Pois a tecnologia

Nossa escola aprimorou

Melhorou nossa imagem

E até a aprendizagem

Do aluno melhorou,

A Informática chegou

Transformando o impossível

O nosso laboratório

De Ciência é bem plausível

Física, Biologia

E a Matemática hoje em dia

Ficou bem mais divisível.

De certa forma é incrível

Como a tecnologia

Facilitou os estudos

Da juventude hoje em dia,

Ficou mais fácil aprender

Se diplomar e exercer

A sua cidadania.

A nossa escola hoje em dia

Tem em sua plenitude

Trinta e sete funcionários

Fazendo tudo a miúde

Em variadas funções.

No Barão do Solimões

Todos tem sua atitude.

Além dessa plenitude

Que acabo de descrever

Mais trinta e dois professores

Se orgulham de exercer

Uma profissão tão querida,

São sessenta e nove vidas

Fazendo a escola viver.

E todos sentem prazer

Trabalham com alegria,

São novecentos e vinte

Alunos, de noite a dia,

Na escola matriculados

Nos três turnos espalhados

Mostrando soberania.

Poeta sente alegria

Fazendo verso rimado

No estado de Rondônia

Mesmo sendo de outro Estado

Para contar a história

De uma escola que é só glória

No presente e no passado.

Que fique aqui registrado

Até a posteridade,

O Barão do Solimões

Pioneira na cidade

Com garbo e perseverança,

Uma escola criança

Aos noventa anos de idade!

Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 12/07/2015
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