O ÍNDIO BRASILEIRO
Antes de existir Brasil,
Na pré-civilização,
Aqui existiam povos
Formando a população,
Que depois foram chamados
Pelos europeus chegados,
Índios da nossa nação.
Quando o português chegou,
Controlando estes torrões,
Estimou-se aqui haver
Cerca de cinco milhões,
Vivendo da natureza,
Apreciando a beleza,
Sem pensar em ambições.
Mas há quem diga que hoje
É um tanto diferente.
Mais ou menos quatrocentos
Mil compõem a sua gente,
Sendo sempre dizimados
Por brancos civilizados,
Do passado ao presente.
Quando do descobrimento,
No ano mil e quinhentos
Existiam nestas terras
Mais de mil e quatrocentos
Povos indígenas, citados.
Que com os dias passados
Restam cerca de duzentos.
Cerca de duzentos mil,
É esta a população
Que habita o Brasil,
Na mais pura privação.
Vivendo hoje espremido
Neste Brasil tão sofrido
E de tanta exploração.
Antes era a natureza
Que dava alimentação.
Além da caça e pesca,
Cultivavam plantação,
Viviam no nomadismo
Ou no semi-nomadismo,
Sem precisar de patrão.
As suas características
Mostra um povo diferente.
Suas línguas, seus costumes,
Seu passado, seu presente,
Merecem ser preservados
E por todos nós guardados
Nos arquivos e na mente.
Vamos aqui relembrar,
Pra que não fique esquecida,
A língua destes humanos,
Que aos poucos é perdida.
Lembramos que hoje em dia
Não temos nem simpatia
Por esta língua sofrida.
Aqui se falou as línguas
Tupi ou Macro-Tupi,
Macro-Jê, Yanomami
E o Tupi Gaurani;
Sanumá, Yanoman,
Aruak e Yanan
E outras mais por aí.
Algumas línguas sumiram,
Outras tentam resistir.
Delas e do povo indígena
Ainda dá pra sentir
Alguns traços culturais,
Que não nos deixam jamais
Insistindo em existir.
Por exemplo, andar descalço
Vem do índio brasileiro
E também dormir em rede,
Que é hábito costumeiro,
Vem desta população,
Mantendo a tradição
Do nosso índio guerreiro.
Cultivar a mandioca,
Fazer beijú pra comer,
Fazer farinha ou polvilho,
Tudo pra sobreviver,
Pescar e também caçar
E nas plantas encontrar
Um jeito bom de viver.
Acharam cura nas plantas,
Com muita sabedoria,
Como fazem alguns homens,
Que buscam a harmonia
Com o meio ambiente
De forma bem consciente,
Encontrados hoje em dia.
Estes são alguns costumes
Que habitam por aí,
Vinda dos povos indígenas
E chagaram até aqui.
Vieram dos: Javaé,
Pataxó, Tapirapé
Karajá e Guarani.
Também foram herdados do
Kayapó e Karajá,
Cinta Larga e Bororo,
Terena, Tupinambá,
Ticuna, Munduruku,
Araweté e Xingu,
Além de Xakriabá.
São somente alguns nomes
Que deu aqui pra citar,
Pois foram muitos os índios
A esta terra habitar.
Hoje estamos percebendo
Que estão desaparecendo
Para nunca mais voltar.
Estes povos aguerridos
Que moravam em aldeias,
Que se sustentavam juntos,
Correndo sangue nas veias,
Vão aos poucos se perdendo
E hoje estão parecendo
Pequenos grãos de areias.
Muitos vão para as cidades
Pra tentar sobreviver,
Perdendo os seus caciques
E seus jeitos de viver;
Desprezam os curandeiros,
Habitam outros terreiros,
Podendo até se perder.
Se perder na bandidagem
Ou mesmo em corrupção,
Convivendo com bandidos,
Com falsário e ladrão,
Mas sendo discriminado
Por não ser acostumado
Com a civilização.
Durante toda existência
Do nosso amado país,
Os índios que aqui viviam
Em paz e muito feliz,
Foram logo escravizados,
Sendo hoje injustiçados.
É a História quem diz.
Os portugueses trouxeram
A tal civilização,
Que pro índio brasileiro
Foi somente exploração.
Todas essas terras eram suas
E hoje alguns estão nas ruas
Sem ter nem habitação.
Os índios que aqui viviam
Eram donos do Nordeste,
Do Litoral e ao Sertão
E do Centro ao Sudeste.
Eram povos sem espantos
Comandavam os quatro cantos:
Norte, Sul, Leste e Oeste
Mas como eu já falei,
Hoje tudo está mudado.
Cada Lei nova que surge
Deixa bem mais complicado.
São suas terras sumindo
E junto o índio vai indo
Pra não morrer soterrado.
Mesmo os índios vivendo
Nas cidades ainda são
Índios, como antigamente,
Sem ter nisto confusão.
Mas no presente, o povo
Quer mesmo é ver de novo
Todos nus na multidão.
Como era no passado
Ou nas tribos isoladas
Que ainda tem no Brasil
E podem ser encontradas,
Vivendo entre as florestas,
Mas tribos iguais a estas
Devem ser bem preservadas.
Vejamos como os índios
Sobrevivem em nosso chão,
Desde os tempos de Cabral
E da civilização,
Até o nosso presente.
Digam se foi diferente
Desta minha narração.
Resumindo esta História,
Para poder encerrar,
Vimos que nossos indígenas
Tiveram que enfrentar
Difíceis situações
Pra manter as tradições,
Tendo que se transformar.
Seus mais de cinco milhões
Que habitavam o Brasil
Foram aos poucos encolhendo,
Vivendo de forma hostil.
Ainda dizem que esta terra,
Se a verdade não erra,
É uma pátria gentil.
Pode até ser gentil
Pra quem pode dominar,
Mas pra quem é dominado
É bem difícil aguentar,
Como são nossos nativos,
Que ainda estão vivos
A ponto de se acabar.
E se isto vai mudar?
Eu posso até lhe dizer
Que vai mudar, com certeza.
Todo mundo pode crer.
Só não posso é falar
Que tudo vai melhorar:
Isto só Deus vai dizer.
Apenas pra encerrar
Este texto produzido
Agradecemos a todos
Que tenham escutado ou lido
Pois falamos pra vocês
E esperamos de uma vez
Que todos tenham entendido.
FIM