BRANCA FLOR E RAIO DE LUZ (ou a filha do pescador)

No reino do Mar Azul

O brilho da realeza

Sempre era estendida ao povo

E agradava a nobreza

Reinando paz e harmonia

No centro da natureza

Nas manhãs de cada dia

Que um novo sol brilhava

Com as palhetas douradas

Toda a relva despertava

Quando toda natureza

Na jornada começava

De longe se ouvia o canto

Eram aves campineiras

Codornizes e Sabiás

Bem-te-vis e Lavandeiras

E sons de águas descendo

No rumo das cachoeiras

A brisa fresca cedinho

Trazendo aroma das flores

Ouvia – se o som das asas

Dos Colibris voadores

Da flor, o néctar, as abelhas.

Enchendo seus colhedores

Nessa hora santa e bela

Cupido o deus do amor

Muito cuidadosamente

Como bom rastreador

Flechou logo um coração

Como exímio atirador

A menina Branca Flor

Nessa hora despertava

No frescor da natureza

Porém não imaginava

Que a flecha do Cupido

No seu peito penetrava

Ela ficava deitada

Vendo clarear o dia

E quando ela levantava

Para o seu jardim seguia

De lá avistava o pai

Que do mar aparecia

Seu pai era pescador

Cedo voltava do mar

Com redes cheias de peixes

Difícil de carregar

Por isso que a menina

Sempre ia lhe ajudar

Ajudando com as redes

Quando do barco desceu

Um filhote de golfinho.

Junto à rede apareceu

Sem seu pai, se dar conta.

Somente ela percebeu

O peixe estava brincando

E ela não falou nada

Tomou conta dos peixes

Era uma luta pesada

Levando o golfinho junto

Pra começar a jornada

A menina Branca Flor

Tinha também a missão

Limpar os peixes com o pai

Ajudando na função

Ser filha dum pescador

Impunha tal condição

Depois de limpar os peixes

Foi perceber no final

Que o filhote de golfinho

Continuava ainda igual

O momento que chegara

O que seria anormal

Resolveu não cortar ele

Dá - lhe outro tratamento

Diferente dos demais

Levou-o naquele momento

Colocou dentro da água

Próximo do seu aposento

Ele caindo na água

Moveu-se rapidamente

De branco ficou bem claro

Como o sol resplandecente

Olhando ele, ela ficou.

O tempo todo sorridente

A menina Branca Flor

Quando acordava cedinho

Corria para o local

Que colocara golfinho

E brincava ali com ele

Conversando bem baixinho

Não deixava nenhum dia

Sem ir à beira do mar

Chamava - o Raio de Luz

Vendo a água se agitar

Seu brilho logo fazia

Toda água clarear

Ela avistando dizia

- Vem que tua Branca Flor

Chegou pra te visitar

Porque és merecedor

De receber cafuné

Com recheio de amor

Passou assim mais de ano

Todo dia visitando

Ao falar- Raio de Luz

É Branca Flor te chamando

Antes de fechar a boca

O peixe vinha chegando

Tudo mudou quando um dia

A menina adoeceu

Pediu para uma empregada

Pra cuidar do peixe seu

Ensinou como fazer

Mas, ela não obedeceu.

A inveja sempre foi

O mal da humanidade

Muitas vezes camuflada

A pura perversidade

Pra satisfazer a quem

Vive cheio de maldade

Transformada numa ação

O que é ruim aparece

De onde ninguém espera

É ali que acontece

O dano sofrido é grande

Que quem passa não esquece

A empregada invejosa

Tinha raiva da menina

Seu chamego com o peixe

Incomodava a ferina

Com essa oportunidade

Mudou ligeiro, a rotina

Aquele momento era

Por ela já esperado

Quando chamou o peixe

Que ele veio apressado

Ela atacou com um pau

Deixando ele machucado

A empregada levava

Notícias diariamente

Com relatório diário

Para a menina doente

Com isso a Branca Flor

Ficava sempre contente

A menina Branca Flor

Quando se recuperou

Daquela doença dela

E da cama levantou

Correu pra beira do mar

E por Raio de Luz chamou

Dizendo -- Raio de Luz

Branca Flor veio te ver

Chamou por diversas vezes

Sem o peixe aparecer

A menina entristeceu

Não vendo ele responder

Depois que chamou bastante

Foi que o peixe apareceu

Quebrada uma barbatana

A menina resolveu

Perguntar para saber

Como aquilo aconteceu

Disse ele - Foi à empregada

Que veio me atacar

Ferido acaba o encanto

Me defendo se viajar

Pro reino Céu Cristalino

Do outro lado do mar

Fui transformado em peixe

E dentro do mar jogado

O pescador me salvou

Na rede vim agarrado

Mas, levar você não posso

Pois morrerei afogado

Quando chegar ao meu reino

Terminará todo encanto

Preciso lhe esperar

Por que saberei o quanto

Sofro se casar com outra

E me acabarei em pranto

Sabia que lá no reino

Ia haver seu casamento

Um acordo entre reinos

Grande acontecimento

Queria que Branca Flor

Chegasse até momento

Caso ela desejasse

Encontrá-lo novamente

Viajasse até seu reino

Numa terra diferente

Chamado Céu Cristalino

Era em outro Continente

Se ela chegasse antes

De haver o ocorrido

Ele então daria um jeito

Não teria lhe esquecido

Com outra não casaria

Disso estava convencido

Dizendo isso saiu

De mar adentro nadando

Branca Flor vendo sair

Nas águas se ocultando

Voltou para casa triste

Chegou ainda chorando

Porém não quis mais deitar

Foi direto para o jardim

Conversando com as flores

Consigo pensando assim

Ficar sem Raio de Luz

A vida vai ser ruim

Se pedisse ao seu pai

Ele jamais deixaria

Procurar aquele reino

Sozinha não poderia

Era uma grande aventura

Que ninguém ajudaria

Muitos dias passou triste

Sem deixar desconfiança

No seu quarto a meia noite

Chorava como criança

Porém um dia acordou

Renovando a esperança

Um grande navio no porto

A noite havia ancorado

Ela teve uma ideia

Para ter bom resultado

Ir visita-lo e saber

Se faltava empregado

Chegando lá ela soube

Algo muito interessante

Que precisavam de moças

Com porte muito elegante

Para servir refeição

Cozida no restaurante

Ela conseguiu uma vaga

E para casa voltou

Pediu permissão aos pais

Suas coisas arrumou

Embarcando no navio

O trabalho começou

Esse navio andava

Em uma longa excursão

Viajando dia e noite

De uma a outra nação

Só aportava em cidades

Onde tinha permissão

Muitos nobres viajavam

Com toda tranquilidade

Donos de grandes fortunas

Tinham essa necessidade

Andar conhecer o mundo

Poder viver a vontade

Dessa forma Branca Flor

Conseguiu sua passagem

Trabalhando no navio

E fazendo sua viagem

Querendo chegar ao reino

Nunca perdeu a coragem

Vamos deixar Branca Flor

E falar de Raio de Luz

Que voltou para o seu reino

A história lhe faz jus

Que seu destino seria

Conduzido por Jesus

Ele viveu encantado

Por doze anos corrido

Sem viver em seu palácio

Dentro do mar escondido

Porém o encantamento

Por ele fora vencido

Tudo por que um monarca

Vindo de outro reinado

Desejando unir os reinos

Queria lhe ver casado

Com sua filha e por isso

Deixou o príncipe encantado

Raio de Luz não aceitando

Recebeu encantamento

Porém com tempo contado

Quem, esperava o momento

Era o rei que desejava

Terminar o casamento

Raio de luz sabendo disso

Resolveu se esconder

No campo entre os plebeus

Sem se dar a conhecer

Por dois anos esperando

Branca Flor aparecer

Quando apareceu na corte

Houve grande movimento

O palácio encheu de gente

Chegando a todo o momento

Uma semana de festas

No maior contentamento

Dois anos lhe afastava

Da sua querida amada

De tanto ele pensar nela

Tinha a alma dilacerada

Ela só pensando nele

Tava de alma cansada

Com a chegada do príncipe

O casamento, marcaram

Para seis meses depois

O prazo que concordaram

Não pode ele fazer nada

Pois os seus pais apoiaram

Mas existe algo importante

Bem sabe disso o leitor

Por mais que haja armações

Só existe um vencedor

Tendo força absoluta

Não há quem vença o amor

Passaram - se cinco meses

Quando o príncipe adoeceu

Sofrendo de um mal súbito

De repente apareceu

Os médicos não descobriram

Qual era o problema seu

Foi com a doença do príncipe

O casamento adiado

A moça que ia casar

Perdeu todo rebolado

O rei pai dela ficou

Muito mais agoniado

Branca flor servindo mesas

Numa delas pressentiu

Tripulantes conversando

De perto ela não saiu

O que falavam do príncipe

Toda conversa ela ouviu

Tinha o Navio ancorado

No reino Céu Cristalino

Vindo para o casamento

Do herdeiro genuíno

Branca Flor sabendo disso

Mudou logo o seu destino

Resolveu deixar a lida

Antes do amanhecer

Indo direto ao palácio

De tudo pode saber

Também arranjou emprego

Pra poder permanecer

Fingiu-se de enfermeira

Do assunto conhecia

Levaram, ela pro quarto

Do príncipe foi companhia

Cuidar da doença dele

Que chorou de alegria

Ele contou pra sua mãe

Como a moça lhe encontrou

Depois com a chegada dela

Da doença lhe curou

A mãe criou um enigma

Uma saída arranjou

No dia do casamento

Muita gente reunida

Trazendo um baú de ouro

A mãe entrou em seguida

Dizendo a chave é de bronze

A de ouro foi perdida

Mas o Príncipe disse – Não!

Acabei de encontrar

Tendo agora a verdadeira

Eu não posso dispensar

E consulto a minha corte

Qual das duas devo, usar

Toda corte respondeu

A primeira meu Senhor

Trouxe Branca Flor e disse

- É meu verdadeiro amor

Todos gritaram – Ela é digna

Do nosso imperador

Esclareceu toda história

Todos ali concordaram

Branca Flor foi à rainha

A outra eles dispensaram

Uma semana depois

Os dois jovens se casaram.

F I M