Padrão de beleza

Quem criou esse padrão?

Quem pensou ser genial?

Um feito tão superficial,

A graça está no coração,

O impacto é a perfeição,

Não é uma coisa imposta,

O rótulo não é resposta,

Pois a alma que admira,

Não segue alguma mira,

À essência não é disposta.

Esse padrão a que vem?

Com esse jeito tão banal,

E tudo é fora do natural,

Tudo adulterado e além,

A mídia é que diz amém,

Não uma coisa imposta,

O rótulo não é resposta,

A oficina de preconceito,

Se não segue, não aceito,

À essência não é disposta.

E porque desse padrão?

Se beleza é diversidade,

Se o cerne é a beldade,

Por dentro mofado pão,

Derrui por fora o violão,

Não é uma coisa imposta,

O rótulo não é resposta,

Aos olhos bela escultura,

O verbo tão sem cultura,

À essência não é disposta

E se o molde é a magreza,

Bunda e perna de hidrogel,

Há um inferninho no céu,

Perdoe-me, sai a sutileza,

E onde está a tal beleza?

Não é uma coisa imposta,

O rótulo não é resposta,

Peitos firmes, siliconados,

Os abdomens trincados,

À essência não é disposta.

O padrão é algo demente

Não tem cor e nem idade

Sem overdose de vaidade

A beleza é coisa da gente

Visto com a alma se sente

Não é uma coisa imposta,

O rótulo não é resposta

E os olhos são do coração

É o que motiva a sensação

Assim a essência é disposta.

Uberlândia MG

http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 04/03/2015
Código do texto: T5158490
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