Padrão de beleza
Quem criou esse padrão?
Quem pensou ser genial?
Um feito tão superficial,
A graça está no coração,
O impacto é a perfeição,
Não é uma coisa imposta,
O rótulo não é resposta,
Pois a alma que admira,
Não segue alguma mira,
À essência não é disposta.
Esse padrão a que vem?
Com esse jeito tão banal,
E tudo é fora do natural,
Tudo adulterado e além,
A mídia é que diz amém,
Não uma coisa imposta,
O rótulo não é resposta,
A oficina de preconceito,
Se não segue, não aceito,
À essência não é disposta.
E porque desse padrão?
Se beleza é diversidade,
Se o cerne é a beldade,
Por dentro mofado pão,
Derrui por fora o violão,
Não é uma coisa imposta,
O rótulo não é resposta,
Aos olhos bela escultura,
O verbo tão sem cultura,
À essência não é disposta
E se o molde é a magreza,
Bunda e perna de hidrogel,
Há um inferninho no céu,
Perdoe-me, sai a sutileza,
E onde está a tal beleza?
Não é uma coisa imposta,
O rótulo não é resposta,
Peitos firmes, siliconados,
Os abdomens trincados,
À essência não é disposta.
O padrão é algo demente
Não tem cor e nem idade
Sem overdose de vaidade
A beleza é coisa da gente
Visto com a alma se sente
Não é uma coisa imposta,
O rótulo não é resposta
E os olhos são do coração
É o que motiva a sensação
Assim a essência é disposta.
Uberlândia MG
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