As memórias do Sertão
Naquela noite, sentado,
Na cadeira da fazenda
A mulher fazendo renda,
O homem desconfiado,
Ao ver o velho cercado,
No alvoroço do cão,
Naquele lindo grotão,
Onde só reina a paz,
Caboclo novo rapaz,
Limpa o barro Do chão.
O tempo ali não existe,
É invenção de alguém,
Na mesa cuscuz xérem,
Barriga cheia persiste,
Sertanejo não desiste,
Enfrenta a seca ruim,
E Não tem medo do fim,
Na peleja é vencedor,
Poderia ser ator,
Nas asas do querubim.
Memorias desse sertão,
Registro na consciência,
As lembranças da ausência,
Recados do coração,
Não precisa automação,
Apenas o pensamento,
A força dentro do vento,
Inspira cada passado,
Sobrevoando ao lado,
Nas rimas do sentimento.