As memórias do Sertão

Naquela noite, sentado,

Na cadeira da fazenda

A mulher fazendo renda,

O homem desconfiado,

Ao ver o velho cercado,

No alvoroço do cão,

Naquele lindo grotão,

Onde só reina a paz,

Caboclo novo rapaz,

Limpa o barro Do chão.

O tempo ali não existe,

É invenção de alguém,

Na mesa cuscuz xérem,

Barriga cheia persiste,

Sertanejo não desiste,

Enfrenta a seca ruim,

E Não tem medo do fim,

Na peleja é vencedor,

Poderia ser ator,

Nas asas do querubim.

Memorias desse sertão,

Registro na consciência,

As lembranças da ausência,

Recados do coração,

Não precisa automação,

Apenas o pensamento,

A força dentro do vento,

Inspira cada passado,

Sobrevoando ao lado,

Nas rimas do sentimento.

JOSÉ MÁRIO POETA CADEIRANTE
Enviado por JOSÉ MÁRIO POETA CADEIRANTE em 23/02/2015
Código do texto: T5147322
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