POETA CORDELISTA
OETA CORDELISTA
(Para o grande poeta cordelista: Renato Lima)
Este Poeta sonhador
PVive no mundo da lua
Procurando o corredor
Por onde a vida flutua
Encontra ali seu valor
Longe do povo e da rua.
Seu caminho preferido
Por onde caminha o vento
num andar bem distraído
Fala só com o pensamento
Seu olhar é bem sofrido
Se não encontra sentimento.
No caminho solitário
Ele encontra um companheiro
Com seu viver solidário
Vão seguindo no Sendeiro
Longe fica o salafrário.
Que se vende por dinheiro.
Fala de Deus, o Infinito.
Sem entender se o Criador
Fez o mundo tão bonito
Com seis dias de labor
É como está escrito
Por Moises lá no Tabor.
O luar vem lá do céu
Clareando todo espaço
Mais parece um longo véu
Que se estende num abraço
O luar que é seu troféu
Pra tirar todo cansaço.
O luar já vem surgindo
Vem rasgando a escuridão
mas o poeta vai sentindo
crua dor da solidão.
Pode o mundo estar sorrindo
Poeta é só meditação.
Ele ama os passarinhos,
Chama todos pelo nome,
Conhece também seus ninhos
Quando o pássaro tem fome
Mostra pra eles o caminho
Onde tudo se consome.
Poeta busca só a fonte
De onde jorra água pura
É lá acima do horizonte
O limiar da criatura
e se esconde atrás do monte
Onde a paz ele procura.
Se eu fosse falar de tudo
Deste Poeta Cordelista
Meu verso seria mudo
Por mais coração insista
Pois o Poeta é um escudo
Seu nome brilha na vista.
Mas não sei como compor
Seus cordéis encantadores
Não sei se falo do amor
Se falo de luz ou flores
Para o Poeta sonhador
Só a beleza em seus andores.