CORDEL (desafio)

Faço versos de improviso

Por não saber escrever

Não sei se esse seu sorriso

É para me enfurecer

Talvez não tenha entendido

Engula esse seu grunhido

Ou irá se arrepender.

Se o meu riso é grunhido

Sua voz é de taquara

Se quiser eu lhe convido

Pra um desafio cara a cara

Vai perder o rebolado

Cair de quatro no estrado

Seu velhaco pau-de-arara.

Nesse estrado eu não caio

Porque tenho meu gingado

Tem cobra no meu balaio

Você vai dançar quadrado

E quando você cair

Eu que vou morrer de rir

Seu moleque mascarado.

Mascarado é quem me chama

E a você não me afeiçoo

Vou jogar você na lama

Já tá me causando enjoo

E se quiser me enfrentar

Vou lhe ensinar a dançar

A cantiga que eu entoo.

Esse papo eu já conheço

Sei que é pura cantilena

Não vai dar nem pra o começo

Seu maricas; Madalena,

Apelido de criança

Quando usava aquela trança

E ria feito uma hiena.

Você não usava trança,

Mas gostava de boneca

Inda tinha a esperança

De ter uma perereca

Detestava seu pintinho

Cresceu meio viradinho

Não gosta de usar cueca.

Tá virando baixaria

É melhor mudar o tom

Senão conto pra sua tia

Que roubava o seu batom

Vestia uma minissaia

Depois ia pra gandaia

Com o Zé lá do Leblon

Eu ia para a gandaia

E você para o bordel

Se eu fosse da sua laia

Dava até por um pastel

Travestido de mocinha

Não usava nem calcinha

E gostava de um pincel

Vamos jogar as toalhas

E acabar co’ essa peleja

Nós dois temos nossas falhas

Já chega desse “ora-veja”

Deixemos desse cordel

Pois que acabou o papel

Bridemos com mais cerveja!

Licolau
Enviado por Licolau em 24/01/2015
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